ATA DA SEXAGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 27-8-2001.

 


Aos vinte e sete dias do mês de agosto do ano dois mil e um, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Ervino Besson, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Almerindo Filho, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Estilac Xavier, Helena Bonumá, Humberto Goulart, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, José Fortunati, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Sexagésima Quarta Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 018/01 (Processo nº 3285/01); pelos Vereadores Adeli Sell e Beto Moesch, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 023/00 (Processo nº 3496/00); pelo Vereador Haroldo de Souza, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador João Bosco Vaz, o Projeto de Resolução nº 072/01 (Processo nº 3343/01); pelo Vereador Nereu D’Avila, Líder da Bancada do PDT, a Emendas nº 02 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 064/00 (Processo nº 1001/00); pelo Vereador Paulo Brum, o Projeto de Resolução nº 070/01 (Processo nº 3300/01). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nºs 434, 437, 439 e 441/01, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Angélica Konzen, Diretora Pedagógica e Vice-Diretora Administrativa da Associação de Educação Franciscana da Penitência e Caridade Cristã - Colégio Santa Família, que discursou acerca dos alagamentos verificados no Bairro São Geraldo, por ocasião de chuvas intensas, destacando a necessidade de investimentos em obras de infra-estrutura para minorar esse problema. Nesse sentido, manifestou-se sobre importância da destinação, pelo Executivo Municipal, de recursos financeiros arrecadados através da cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU - para solucionar essa questão. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Sebastião Melo, Carlos Alberto Garcia, João Antonio Dib, Ervino Besson, Estilac Xavier, Luiz Braz, Raul Carrion e Elói Guimarães manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Também, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Guilherme Barbosa, Secretário Municipal de Obras e Viação, convidando Sua Senhoria a integrar a Mesa dos trabalhos. Às quatorze horas e quarenta e oito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, o Senhor Presidente informou que o Senhor Guilherme Barbosa comparece a este Legislativo para divulgar a realização do Seminário “Diretrizes para a Revisão do Código de Edificações”, que ocorrerá no dia trinta de agosto do corrente, na sede da Associação Médica do Rio Grande do Sul - AMRIGS, concedendo a palavra a Sua Senhoria, que discorreu sobre o referido evento. Às quatorze horas e cinqüenta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e seis minutos, constatada a existência de quórum. Em continuidade, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do Vereador Cassiá Carpes, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 014/99 (Processo nº 2857/99). Após, foi iniciado o Período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a homenagear o transcurso do décimo aniversário da Associação Gaúcha de Pintura Artística - AGAPA, nos termos do Requerimento nº 104/01 (Processo nº 1700/01), de autoria do Vereador Ervino Besson. Compuseram a Mesa: o Vereador Paulo Brum, 2º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo os trabalhos; as Senhoras Jussara Freire e Lúcia Tessmer, respectivamente Presidenta e Vice-Presidenta da AGAPA. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Ervino Besson, homenageando o transcurso dos dez anos de fundação da AGAPA, justificou os motivos que levaram Sua Excelência a propor a presente homenagem. Ainda, ressaltou a importância dessa entidade, no sentido de divulgar a cultura e os valores artísticos do Rio Grande do Sul, estabelecendo intercâmbios culturais com diversos países e possibilitando à comunidade porto-alegrense o contato com a arte. O Vereador Elói Guimarães parabenizou o Vereador Ervino Besson pela proposição da presente homenagem, destacando a atuação da AGAPA como veículo de divulgação da cultura gaúcha. Também, enalteceu o trabalho desenvolvido pelos artistas que integram essa Associação, afirmando ser a produção artística um importante marco para a preservação da qualidade de vida dos cidadãos. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Jussara Freire, que agradeceu a homenagem hoje prestada por este Legislativo, alusiva aos dez anos de fundação da AGAPA. Às quinze horas e vinte e um minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e vinte e três minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Haroldo de Souza pronunciou-se acerca da decisão de Sua Excelência de não presidir os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI, constituída para averiguar denúncias de irregularidades administrativas no Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB. Também, teceu considerações a respeito de Projetos encaminhados por Sua Excelência, os quais encontram-se em tramitação neste Legislativo. Na ocasião, foi apregoado 01 Substitutivo, de autoria da Vereadora Helena Bonumá, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 053/00 (Processo nº 0859/00). Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Helena Bonumá analisou o Projeto de Lei do Legislativo nº 056/99, o qual veda a comercialização e circulação de espaços publicitários nos meios de comunicação e páginas da Internet que utilizam a exploração sexual de crianças e adolescentes. Ainda, discorreu sobre a necessidade da aplicação de critérios para a comercialização de produtos geneticamente modificados, referindo-se ao Projeto de Lei do Legislativo nº 014/99, que versa sobre o tema. O Vereador Humberto Goulart aludiu ao processo de canonização de Santa Tereza Verzeri, padroeira do Hospital Banco de Olhos e manifestou-se a respeito das políticas implementadas pelo Governo Municipal, no que tange à área de saúde pública, especialmente o sistema adotado para o agendamento de consultas médicas. Também, chamou a atenção deste Legislativo para a importância da criação, pelo Governo Federal, de programas preventivos do diabetes e arteriosclerose mantidos. O Vereador Isaac Ainhorn manifestou-se sobre o transcurso dos quarenta anos da “Campanha da Legalidade”, ressaltando a importância desse movimento para o Estado do Rio Grande do Sul e externando sua satisfação pela postura adotada pela imprensa gaúcha, especialmente a Rede Brasil Sul - RBS - e a Empresa Jornalística Caldas Júnior, no reconhecimento e na divulgação dos eventos integrantes das comemorações do referido episódio. Na ocasião, o Vereador Humberto Goulart manifestou-se acerca de Requerimento a ser encaminhado por Sua Excelência, solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei do Legislativo nº 222/01 (Processo nº 3172/01). Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Antonio Dib discorreu a respeito de dados relativos à destinação de verbas, pelo Executivo Municipal, para conservação da rede de esgotos pluviais da Cidade. Nesse sentido, reportou-se às considerações feitas pela Senhora Angélica Konzen, Diretora da Associação de Educação Franciscana da Penitência e Caridade Cristã - Colégio Santa Família, em Tribuna Popular, acerca de alagamentos ocorridos no Bairro São Geraldo. O Vereador João Bosco Vaz dissertou sobre Audiência Pública a ser realizada na próxima quinta-feira pela Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, para tratar de denúncias contra empresas prestadoras de serviços de telefonia. Ainda, aludiu à reunião da referida Comissão, a ocorrer amanhã, para dirimir questões atinentes à intenção do Governo Estadual de instalar no Bairro Belém Novo o Instituto Central de Menores, da Fundação do Bem-Estar do Menor - FEBEM. Na oportunidade, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca de convite feito pela Comissão de Defesa do Consumir e Direitos Humanos, o qual solicitava o comparecimento das empresas prestadoras de serviço de telefonia da Capital à Audiência Pública a ser realizada neste Legislativo na próxima quinta-feira, tendo os Vereadores João Bosco Vaz e Helena Bonumá manifestado-se a respeito do assunto. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Carlos Nedel comentou a aprovação do Requerimento nº 121/01, de autoria de Sua Excelência, o qual solicitava Moção de Repúdio às declarações do Senhor Luiz Eduardo Soares em defesa pública da legalização do consumo e venda de drogas no País, questionando a postura das Bancadas que apoiam o Executivo Municipal, no que tange à votação desse Requerimento e do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/01. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 054/01, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e João Carlos Nedel, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 215, 222/01, este discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol, 225/01, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, João Carlos Nedel e Adeli Sell, 228/01, discutido pelo Vereador João Bosco Vaz, e 206/01, discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel e João Bosco Vaz, o Projeto de Resolução nº 073/01; em 2ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 069/01; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nºs 017/01 e 014/99, este discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol, o Projeto de Lei do Legislativo nº 209/01, o Projeto de Lei do Executivo nº 019/01, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 002/01, discutido pelo Vereador João Antonio Dib. Na ocasião, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Humberto Goulart, solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei do Legislativo nº 222/01 (Processo nº 3172/01). Também, o Senhor Presidente registrou a presença do Vereador Eduardo Oliveira, do Partido da Frente Liberal, do Município de Santana do Livramento - RS. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion manifestou-se acerca da participação de Sua Excelência em audiência realizada na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, para discutir proposta de instalação de estrutura que possibilite o atendimento a exilados políticos. Também, reportou-se ao pronunciamento efetuado pelo Vereador Adeli Sell, durante a Discussão Preliminar de Pauta, em relação ao Projeto de Lei do Legislativo nº 225/01. O Vereador João Bosco Vaz teceu críticas à postura do Vereador Raul Carrion, ao encaminhar emenda ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/01, a qual disciplinava a composição do conselho da entidade gestora do Fundo de Previdência dos funcionários públicos municipais de Porto Alegre. Ainda, procedeu à análise dos Projetos de Lei do Legislativo nºs 023 e 026/01, de autoria dos Vereadores Haroldo de Souza e Aldacir Oliboni, respectivamente. O Vereador Sebastião Melo referiu-se ao pronunciamento do Vereador João Bosco Vaz, acerca da possibilidade de Audiência Pública nesta Casa para esclarecer a intenção do Governo Estadual de construir uma unidade da FEBEM na zona sul da Cidade. Também, criticou o fato de não ter sido permitida a inscrição de sua Excelência como orador em reunião do Conselho do Orçamento Participativo, realizada no Bairro Belém Novo. O Vereador Estilac Xavier manifestou-se sobre a semelhança de Projetos apresentados neste Legislativo, esclarecendo a posição da Bancada do Partido dos Trabalhadores acerca do assunto. Ainda, contraditou discurso do Vereador Sebastião Melo, no que se refere à negativa de manifestação de Sua Excelência no Fórum dos Delegados do Orçamento Participativo, afirmando que essas reuniões não são abertas ao público, de acordo com regimento próprio. O Vereador Cassiá Carpes discorreu a respeito de reunião havida no dia vinte e cinco de agosto do corrente, entre o Executivo Municipal, Vereadores e representantes dos produtores rurais das áreas agrícolas da Capital, para examinar questões relativas a esse setor da economia e a possibilidade de criação de uma Secretaria da Agricultura e Abastecimento em Porto Alegre. Também, defendeu maior abrangência da participação de entidades de bairros no Governo Municipal. O Vereador Reginaldo Pujol, estabelecendo um comparativo entre a pluralidade de idéias e a representação democrática existentes neste Legislativo e a forma como são organizadas as reuniões que deliberam sobre o Programa de Orçamento Participativo na Cidade, protestou contra a decisão de não se conceder a palavra ao Vereador Sebastião Melo, no Fórum dos Delegados do Orçamento Participativo, ocorrido no dia vinte e dois de agosto do corrente, no Bairro Belém Velho. O Vereador João Antonio Dib corroborou as palavras dos Vereadores Sebastião Melo e Reginaldo Pujol, divergindo da maneira pela qual é organizado o Programa de Orçamento Participativo em Porto Alegre e argumentando que esse instrumento de consulta popular não pode sobrepujar o Poder Legislativo. Nesse sentido, citou o artigo 70 da Lei Orgânica Municipal, que versa sobre o acesso dos Senhores Vereadores aos órgãos da administração pública. O Vereador Carlos Alberto Garcia, aludindo à apresentação do cantor internacional Eric Clapton em Porto Alegre, a ser realizada no dia dez de setembro do corrente, propugnou pela regulamentação da Lei Municipal nº 8203/98, derivada de Projeto de Lei de Sua Excelência, o qual delibera que a abertura dos espetáculos de artistas estrangeiros realizados na Cidade sejam precedidos por apresentação de músicos, cantores ou grupo musical de Porto Alegre. Na ocasião, face manifestação do Vereador Reginaldo Pujol, o Senhor Presidente registrou o transcurso, hoje, do Dia Nacional do Corretor de Imóveis. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e rejeitado Requerimento verbal de autoria da Vereadora Helena Bonumá, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, por onze votos SIM e dezessete votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Estilac Xavier, João Antonio Dib e Isaac Ainhorn, em votação nominal solicitada pelo Vereador Paulo Brum, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Estilac Xavier, Helena Bonumá, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Almerindo Filho, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Humberto Goulart, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Valdir Caetano, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre o teor do referido Requerimento, face manifestações do Vereador Sebastião Melo. Após, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Sebastião Melo, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, por quinze votos SIM e quatorze votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Estilac Xavier, tendo votado Sim os Vereadores Almerindo Filho, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Ervino Besson, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Humberto Goulart, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Reginaldo Pujol e Sebastião Melo e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Estilac Xavier, Helena Bonumá, João Antonio Dib, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 037/01, considerando-se rejeitado o Veto Total a ele aposto, por dezessete votos SIM e doze votos NÃO, após ser discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol, João Carlos Nedel e João Antonio Dib e encaminhado à votação pelos Vereadores Estilac Xavier, Carlos Alberto Garcia, Reginaldo Pujol e João Carlos Nedel, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Ervino Besson, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Humberto Goulart, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Valdir Caetano e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Estilac Xavier, Helena Bonumá, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Na oportunidade, face Questão de Ordem e manifestações formuladas pelo Vereador Juarez Pinheiro, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do Art. 176, § 1º, do Regimento, que dispõe sobre o tempo destinado à votação nominal, tendo o Vereador Isaac Ainhorn manifestado-se sobre o assunto. Em Votação Nominal, 2º Turno, foi aprovado o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 003/01, por vinte e seis votos SIM, após ser encaminhado à votação pelo Vereador Reginaldo Pujol, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, Humberto Goulart, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Raul Carrion, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Na ocasião, o Senhor Presidente informou a realização de Sessões Extraordinárias após a presente Sessão. A seguir, esteve em votação a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, a qual deixou de ser votada face à inexistência de quórum deliberativo. Às dezoito horas e cinqüenta e um minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Fernando Záchia, Carlos Alberto Garcia e Paulo Brum e secretariados pelo Vereador Paulo Brum. Do que eu, Paulo Brum, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Irmã Angélica Konzen, Diretora Pedagógica e Vice-Diretora Administrativa, representando a Associação de Educação Franciscana da Penitência e Caridade Cristã, do Colégio Santa Família, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

A SRA. ANGÉLICA KONZEN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, pais dos alunos do Colégio Santa Família, alunos, grêmio estudantil, cumprimentamos todos. É uma satisfação, nós, hoje, podermos ocupar este espaço para apresentar aos Srs. Vereadores a nossa preocupação.

Com satisfação, vejo aqui o Ver. Adeli Sell, que nos vem acompanhando já há três anos, quando nós iniciávamos o engajamento com a comunidade, quando percebíamos que a situação dos alagamentos é algo que acompanhamos há nove décadas. O Colégio Santa Família tem 94 anos e, nessas nove décadas, os alagamentos vêm sendo registrados nas crônicas do Colégio Santa Família, o que, muitas vezes, inviabiliza as aulas; sem contarmos as conseqüências dramáticas, com relação as quais as próprias mães veterinárias já nos alertaram, ou seja, referimo-nos à leptospirose, sem contarmos também os riscos sérios que temos com o Colégio, toda a corrente elétrica, sendo que, além de vendavais, podemos ter problemas muito sérios, caso rompa um fio elétrico. Sendo que todo o nosso Colégio e toda a nossa área ficam alagados juntamente com o Bairro São Geraldo, 4º Distrito.

E aqui eu gostaria de fazer uma reflexão, a partir de alguns Vereadores que estiveram no Colégio Santa Família. Há três anos, nós estamos ouvindo, do DEP de Porto Alegre, que não há verbas.

Perguntamos: esperamos há nove décadas, não vai haver verbas nunca para o Bairro São Geraldo? Não vai haver verbas para o 4º Distrito? O 4º Distrito já foi uma região nobre de Porto Alegre, já foi um ponto de centralização do comércio.

O que é que houve? Por que é que hoje o Governo Municipal, seus Vereadores, nos esqueceram? Somos o cartão de visitas de Porto Alegre. Hoje nós temos o Salgado Filho, o novo aeroporto que está em fase conclusiva. De que maneira as autoridades e pessoas célebres serão recebidas no aeroporto, se tiverem o azar de pegar um dia de chuva? Imediatamente, estarão enfrentando situação de alagamentos. Será que os Vereadores e o Governo Municipal não estão-se dando conta? E o Ver. João Dib nos dizia que há verba, sim, que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre tem verbas. O Ver. Sebastião Melo afirmava isso no nosso auditório também, bem como o Ver. Isaac Ainhorn, que também estava conosco; todos diziam que há verbas. Mas aí nós ouvimos do Ver. Estilac Xavier, que lá estava conosco, que “não é bem assim”.

Então, nós, hoje, uma vez que conseguimos este espaço aqui, juntamente os Vereadores, a pergunta, a grande interrogação que fazemos é: será que não há verbas para uma região que é entrada de Porto Alegre? Não há verbas para uma região que, com certeza, vocês sabem, paga tributos, e os impostos, tributos, IPTU que aquela região paga não retornam para lá? Para onde está indo toda essa verba? Nós lá estamos vivendo hoje uma situação dramática. Estamos percebendo, ano após ano, que as residências, o comércio, lá, estão-se esvaziando. Pequenos e microempresários, muitas vezes, fazem grandes investimentos, com a expectativa de conseguirem se manter, de manterem suas famílias, de manterem, quem sabe lá, um ou dois funcionários. Qual é a tristeza desses empresários, quando, imediatamente depois de meio ano, depois de grande investimentos, não conseguem-se manter?

Por isso, estamos aqui, hoje, questionando, em nome da Direção do Colégio Santa Família e em nome de todos os moradores do 4º Distrito, o que está havendo, pois o Governo Popular, através do DEP, diz que não há dinheiro. A pergunta que nós fazemos, como comunidade, é: para onde vai o IPTU que nós pagamos? O 4º Distrito será que não apresenta nenhum interesse para o Governo Municipal? Perguntávamos, no auditório do Colégio Santa Família, se vocês, Vereadores, que são os nossos representantes, não se sensibilizam com a nossa realidade? O Governo Municipal, hoje, através do DEP. O Prefeito Tarso Genro esteve conosco e nos deu autoridade de formar uma comissão, e estamos conseguindo dar andamento a isso com muita dificuldade, e o que mais estamos ouvindo nessa comissão mista de saneamento, onde há representantes da comunidade, bem como do próprio Governo, é que não há verba, que não há dinheiro.

Outra pergunta que também fazíamos no nosso Auditório é: até que ponto formar comissões está dando resultado, está dando respostas? Lamentavelmente estamos percebendo que a comissão é mais um engessamento, é mais uma burocracia que faz com que nós percebamos, como cidadãos, que não estamos conseguindo o reinvestimento de todos os impostos que a nossa região paga, de todos os impostos com que a nossa região contribui. Economicamente essa é uma região importante, que dará um retorno maior ainda, e o que nos preocupa, muito, é: se o dinheiro que nós, do 4º Distrito, estamos contribuindo para a Prefeitura Municipal de Porto Alegre não será reinvestido, o que acontecerá com aquela região? Esse é o alerta dramático que estamos fazendo aqui em nome da comunidade, principalmente do Bairro São Geraldo, onde estamos situados. A região está-se esvaziando. Se vocês, Vereadores, tirarem um tempo e passarem pelas ruas do 4º Distrito, especificamente por São Geraldo, irão perceber inúmeras casas que estão à venda, inúmeras casas vazias, vários comércios de portas fechadas.

Estamos colocando essas questões aos Srs. Vereadores, já que por parte do Governo Municipal nós estamos percebendo que não há interesse, dizem que não há dinheiro. Motivados pelos próprios três Vereadores que estavam lá conosco, apoiados pelo Ver. Ervino Besson, de que há dinheiro, de que há verbas, a pergunta que hoje estamos fazendo aqui, publicamente, já que fomos convidados pelos próprios Vereadores que estiveram lá conosco a ocupar este espaço, é: de fato, há uma preocupação com a nossa região? Não sabemos o que historicamente aconteceu com aquela área da Cidade, uma vez que ela já foi tão significativa, foi tão importante para Porto Alegre. Hoje, lamentavelmente, estamos entristecidos, percebemos que é uma região que não tem mais nenhum significado, não tem mais nenhum investimento.

Ouve-se hoje, por parte da Administração Popular, que querem planejar um centro tecnológico. Se vê nos papéis, no planejamento, uma revitalização do 4º Distrito, só que nós passamos a ouvir, por parte do próprio DEP, e de outras instâncias, que o alagamento é a primeira grande prioridade de investimentos. Só que, concretamente, quando estamos ligados ao próprio DEP, através da Comissão Mista de Saneamentos, ouvimos que não há dinheiro. Mas, ao mesmo tempo, percebemos que, enquanto no planejamento da atual Prefeitura se percebe projetos para a revitalização do 4º Distrito, por outro lado, estão dizendo que não há verbas. Hoje estamos aqui, justamente, nesta Casa para sabermos e sentirmos, dos próprios Vereadores, se nós, cidadãos do 4º Distrito, precisamos continuar mais nove décadas dessa forma; há uma solução, há verbas, como já ouvimos no nosso auditório, ou precisamos, lamentavelmente, deixar passar mais nove décadas, conforme as crônicas do Colégio Santa Famílias, para que aí, então, talvez, tardiamente, a Administração se interesse? A grande pergunta que deixamos é esta: por que essa despreocupação, quando percebemos que o 4º Distrito - São Geraldo, Navegantes, Floresta - é um cartão de visitas de Porto Alegre? Por que estamos vivendo essa situação de abandono? Por que a sociedade, especificamente lá residente, precisa passar por situação dramática? Inclusive, no auditório do Colégio Santa Família, ouvíamos depoimentos de mães que alertavam para o fato de quanto hoje estamos tendo conseqüências gravíssima de leptospirose, situações de saúde, situações de enfermidades provenientes da situação de alagamento.

Concluindo, quero reforçar a pergunta: essas nossas angústias, essa situação dramática diz respeito aos Vereadores? Ou nós, comunidade do 4º Distrito, não teremos uma resposta clara e convincente, uma vez que sentimos que alguns Vereadores diziam que há verbas, e, por parte de outro Vereador do PT, ouvíamos que não é bem assim? Gostaríamos de ter uma definição mais clara desta Casa.

Agradeço a oportunidade. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Convidamos a Irmã Angélica Konzen para fazer parte da Mesa.

Temos a presença do Secretário Municipal de Obras e Viação Ver. Guilherme Barbosa.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Irmã Angélica, é muito oportuna a sua vinda aqui no Plenário, de forma coletiva; a senhora foi entusiasmada a fazer isso, por vários Vereadores de vários partidos, para que a Casa, através do conjunto de seus Vereadores, reforce essa posição, que é uma posição da comunidade. Quero dizer à senhora, com toda a tranqüilidade e com a responsabilidade que tenho de Vereador desta Cidade: não falta dinheiro, falta vontade política do Governo Municipal. Há dinheiro, e, evidentemente, o Orçamento é traduzido por prioridades. O 4º Distrito, infelizmente, não tem sido prioridade para o Governo Municipal. Sabemos que ali não depende apenas de obras para o 4º Distrito; mas a limpeza das galerias é do 4º Distrito, e depende de outras obras que, não sendo feitas, desembocam no 4º Distrito. Nós queremos dizer que vamos trabalhar aqui coletivamente. O Ver. João Antonio Dib já colocou, na LDO, uma emenda que, com certeza, contará com o apoio do conjunto desta Casa, direcionando a matéria para o assunto do 4º Distrito. E acho que vamos construir coletivamente, com todas as bancadas, e quero também ser signatário dessa proposta, no sentido de que possamos, na Lei do Orçamento, que vem para esta Casa, em seguida, traduzir essa vontade política dessa comunidade numa realidade para o Orçamento do ano que vem.

Apenas para reforçar aquilo que falamos no nosso debate, onde contamos com vários outros Vereadores, tenho o Diário Oficial de terça-feira, dia 7 de agosto, publicado pela Prefeitura de Porto Alegre, onde consta que há 178 milhões em caixa. Portanto, há dinheiro, sim, Irmã. O que falta é vontade política. Alguém do Governo vai dizer: “Não, esse dinheiro está destinado para outras questões.” Eu quero dizer que nós temos o entendimento de que a questão dos alagamentos em Porto Alegre não é uma questão menor: é uma questão de saúde pública, porque os depoimentos que ouvimos de várias pessoas, inclusive de ratos, fezes saindo dos seus vasos, isso é a realidade, é verdadeiro naquela região.

Ora, se estamos tratando de saúde pública, numa Cidade que se vangloria de ser a Cidade de melhor qualidade de vida, evidentemente temos de tratar essa questão com maior profundidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, prezada Irmã Angélica, ouvimos atentamente a sua fala e como o PSB faz parte do Governo atual, estando o Airto Ferronato comandando esse Departamento, temos algumas informações. Primeiro, realmente sabemos que a questão do 4º Distrito é histórica, até pela sua configuração geográfica em relação ao leito do rio. Mas isso não quer dizer que não tenham que ser tomada medidas de infra-estrutura.

A senhora sabe que ocorreram duas licitações. Nas duas primeiras licitações nenhuma empresa apareceu para fazer a obra. Depois de dez dias, ocorreu uma nova licitação para a desobstrução das galerias, uma obra estimada em 500 mil reais, que vai ter o seu início no mês de setembro.

Portanto, a vontade política do Sr. Prefeito vai ser consumada em ato para a desobstrução das galerias.

Gostaria que a senhora nos passasse todos os casos de leptospirose que ocorreram na região. A senhora diz que tem os Anais da Escola, e é importante para subsídios junto à Secretaria de Saúde. Vamos enviar um ofício para que nos passe todos os casos de leptospirose. A questão da revitalização, sim, entendemos que é algo urgente. Deve haver uma administração maior, e a Senhora, como representante de uma entidade, que congrega a questão dos alunos e dos pais, a comunidade toda, terá oportunidade de fazer parte desse processo de revitalização do qual, de antemão, já quero fazer parte para se solidarizar.

Entendemos que a vontade política está sendo feita, 500 mil reais já estão sendo disponibilizados, e essa obra terá início no mês de setembro. Esperamos e confiamos em que a senhora retorne a ocupar esta Tribuna Popular para dizer que as obras estão sendo feitas. Ao mesmo tempo, novamente, reiteramos a importância das suas ações quanto à questão da leptospirose, que é questão de saúde pública e que muito nos preocupa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, minha cara Irmã Angélica. Eu realmente fiz uma Emenda na Lei de Diretrizes Orçamentárias, solicitando recursos para qualificar o sistema de esgotos do Bairro São Geraldo.

Agora, eu nunca vou admitir que se diga que falta dinheiro na Prefeitura, e nunca falo sem que eu tenha assinados, pelo Prefeito e pelo seu Secretário da Fazenda, os números da Prefeitura. O DEP não tem dinheiro, realmente, não tem verbas, não tem nada; foi mal-estruturado o seu Orçamento, mas que a Prefeitura tem muito dinheiro tem: são 180 milhões no sistema financeiro.

Hoje, o Diário Oficial trouxe o balancete do mês de julho, e o Orçamento fixa a despesa: vai gastar tanto, e orça, imagina o quanto vai receber. Então, para que não fique dúvida nenhuma, é preciso dizer que o Fundo de Participação dos Municípios está previsto para todo o ano em 27 milhões; em julho, já havia entrado 26 milhões e meio, o que é um superávit bastante razoável. O Imposto de Renda na Fonte estava previsto para todo o ano em 24 milhões e duzentos; em julho, já havia entrado 22 milhões e duzentos. O ICM previsto para todo o ano é de 159 milhões e 700; em julho, havia entrado 128 milhões, o que me permite, tranqüilamente, pensar que vão entrar 220 milhões. É surpreendente o valor do IPVA: a previsão para o ano é de 44 milhões e meio, sendo que em julho havia entrado 51 milhões, e ainda têm de entrar em cinco meses! E entra dinheiro, todos os meses, em todas essas rubricas que eu falei.

Portanto, a Prefeitura tem dinheiro, e é só mandar um crédito especial - porque os Vereadores não podem fazer isso, então o Prefeito manda, e nós aprovamos, para que o DEP tenha dinheiro para fazer obras, e não para fazer desobstrução somente; precisa de obras e o dinheiro existe na Prefeitura, basta querer usá-lo. Saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Ervino Besson está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Irmã Angélica, Vice-Diretora Administrativa, senhores professores, professoras e alunos. Irmã, nós estivemos no debate que houve lá na escola, e sentimos na carne a revolta e a preocupação daquela comunidade. A senhora colocou muito bem, Irmã. Creio que o Secretário Municipal de Obras e Viação, Guilherme Barbosa irá solicitar cópia das notas taquigráficas do seu pronunciamento. Tenho certeza de que serão mais argumentos que serão levados ao Executivo Municipal para que seja atendido esse pedido dramático da comunidade, conforme foi colocado naquela reunião, e hoje também. Há nove décadas aquela comunidade luta e espera. Ouvi, pelo menos, uma notícia que creio que tenha deixado esta Casa satisfeita: parece que no mês de setembro vai ser dado início àquela obra.

Portanto, Irmã, a Casa - todos os trinta e três Vereadores - está junto nessa luta, somos representantes de toda a Cidade, não só de um segmento da Cidade. Portanto, estamos irmanados aqui, Irmã, para que se solucione, de uma vez por todas, o problema daquela comunidade.

Falo em meu nome e em nome dos Vereadores Nereu D’Avila, João Bosco Vaz, Isaac Ainhorn e Humberto Goulart. Pode contar com a colaboração da Bancada do PDT e com o apoio desta Casa para tudo o que for necessário. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, eu estive presente na reunião em São Geraldo, na escola, numa reunião em que foi um debate sobre a situação histórica dos alagamentos naquela região, aliás região que era de plantio de arroz, região baixia.

Todos sabem que essa área de Porto Alegre é contida pelo sistema de diques, que vai lá da freeway até a altura do Estaleiro, ali na Diário de Notícias. E quando as águas do rio querem ingressar na Cidade, são obstaculizadas por esses diques; e as águas que estão dentro e não vão para o rio são lançadas ao rio através das casas de bombas. Esse é um sistema histórico construído. A região de São Geraldo carece de pendências que ficaram a respeito das obras do DNOS, que, extinto, não se deu conseqüência. Os próprios condutos forçados, ali na Álvaro Chaves temos uma parte do conduto forçado. Aliás, é da época da administração também do Ver. João Antonio Dib que, também, concluiu uma parte. Na época em que ele foi Prefeito é que se fez o Polônia.

O conduto forçado traz águas lá de cima e passa direto para o rio, e faz isso por pressurização e por gravidade. Portanto, ele não coleta água no curso dele. Agora, como é uma região de baixio, em cota menor que as cotas acima - como é o caso das alagações que estão na Göethe -, as águas de lá vem para cá. Portanto, se somam às águas que vão para o Arroio Tamandaré, e, evidente, ali temos um processo de alagamento, fruto também das precipitações pluviais que ocorreram acima do normal.

A conclusão é a de que, para resolver essas águas que vêm de cima, Sr. Presidente, é preciso concluir o Álvaro Chaves. E para concluir o Álvaro Chaves, precisamos de 27 milhões, coisa que o governo encaminhou para o Cofiex ainda na obra da III Perimetral, mas o governo federal não permitiu este recurso.

Hoje, a administração faz lá o que é possível fazer, ou seja: faz a manutenção das redes para dar escoamento às águas.

Eu participei da reunião e manifestei isso com muita tranqüilidade. O governo tem uma comissão e está tratando do assunto. Inclusive, voltarei lá tantas vezes quantas necessárias. E a solução de ter recurso, como o Ver. João Antonio Dib falou, tem, mas esses recursos estão comprometidos com os pagamentos de todas as obras que estão sendo executadas na Cidade.

E não foi priorizado no Orçamento Participativo esse conduto, inclusive porque custa 27 milhões. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Luiz Braz está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, quero cumprimentar a Irmã Angélica, Diretora Pedagógica da Associação de Educação Franciscana da Penitência e Caridade Cristã do Colégio Santa Família, e dizer: pobre desta Cidade, que fica apenas ouvindo desculpas, empurrando sempre com a barriga, dizendo que a culpa é do governo federal, mas não apontando as soluções mais imediatas e mais urgentes!

Nós sabemos o seguinte: o Orçamento do DEP é um Orçamento, hoje, infelizmente, muito pobre. Nós, conversando, já há algum tempo nesta Casa, ficamos sabendo, por exemplo, que só para fazer aquele conduto forçado para resolver o problema dos alagamentos lá na Göethe vão mais ou menos 25 milhões, que é o orçamento para se fazer, para se resolver aquela situação. E não vai-se resolver porque o orçamento do DEP é muito pequeno, diminuído.

Ora, têm os problemas lá da São Geraldo, e esses problemas não são de hoje. Não são problemas que estão acontecendo a partir de agora: são problemas de bastante tempo. E ao invés de se buscar melhorar esse orçamento, se buscar realmente soluções para que isso realmente possa acontecer e para que aquelas pessoas fiquem fora desse inferno que são esses alagamentos. Não! É simples, é só jogar a culpa no governo federal, porque está resolvido, parece que a população, com isso, vai ficar, toda ela, satisfeita, ouvindo que a culpa não é do governo municipal, que é do governo federal.

Só acho que esta Casa tem uma responsabilidade, nós vamos votar o Orçamento, agora, neste final de ano e acho que temos uma obrigação de melhorarmos um pouco o Orçamento do DEP, porque com o Orçamento que tem hoje o DEP, todas essas obras que estão aqui para serem feitas, este problema vivido pela São Geraldo, nada disso vai poder ser resolvido, porque o DEP mal e mal tem para limpar boca-de-lobo, e não está limpando.

Aliás, o que nós vemos é que a cada chuvinha que cai, cada vez que troveja, a população fica alarmada, porque sabe que a Cidade vai ficar alagada e principalmente aquela região da São Geraldo vai ficar com todos aqueles problemas que não são de hoje, que há muito tempo vêm atormentando a vida daquela população.

Mas nós esperamos que saiam agora do terreno das desculpas e parem de empurrar para o governo federal e que comecem a encontrar, realmente, as verdadeiras soluções para livrar a população desse inferno. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Raul Carrion está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr. Vereadores, Sr.as Vereadoras. Prezada Irmã Angélica Konzen, Diretora Pedagógica do Colégio Santa Família. Em nome da Bancada do PC do B, queríamos dizer, em primeiro lugar, que estamos à disposição para tentar ajudar na solução desse problema. Sabemos que é um problema histórico na Cidade, muito antigo - eu sou natural daqui, conheço a região faz muitos anos. Já no tempo do Prefeito João Antonio Dib esses problemas ocorreram e ocorriam, portanto não é uma questão meramente de vontade política, porque tenho certeza absoluta de que o Prefeito João Antonio Dib, naquele momento, deve ter tido vontade política, também, de resolver o problema que tem a ver com as cotas, a uma série outras questões. Mas achamos que é hora de solucionar, e estamos aqui participando da Bancada do Governo e à disposição para ajudar na solução para a qual já existem alguns encaminhamentos e obras previstas.

Já assisti à senhora - me parece que no Orçamento Participativo - levando essa mesma preocupação; se não me equivoco, numa reunião da Região Navegantes – Ilha, e creio que com o apoio da comunidade com o esforço do Governo para solucionar, chegaremos a uma solução. Essa, então, é a disposição da Bancada do PC do B. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero cumprimentar o nosso Secretário de Obras Guilherme Barbosa; a Irmã Angélica Konzen, Diretora Pedagógica e Vice-Diretora Administrativa, e cumprimentar os alunos que estendem uma faixa chamando a atenção para os alagamentos do 4ª Distrito.

Eu acho que a questão é essa: é debater. E deixemos à margem essa questão topográfica de Porto Alegre que é um determinismo da natureza que concebeu Porto Alegre com a sua estrutura toponímica como tal. As administrações enfrentam problemas. Eu tenho afirmado na tribuna que a questão dos alagamentos em Porto Alegre é crescente, como eu diria, que é decrescente os asfaltos que se fizeram em Porto Alegre. O reclamo por asfalto em Porto Alegre, por exemplo, é decrescente, na medida em que a Administração, o Partido dos Trabalhadores, implementou políticas nesse sentido. Só não as implementa - na minha opinião -, com a devida medida, a questão dos alagamentos em Porto Alegre. A Administração está devendo uma política forte aos alagamentos. Isso não é culpa das atuais administrações, todas enfrentaram esses problemas; só que até esta data houve um crescendo, porque não se prioriza essa questão em Porto Alegre.

Por isso, cumprimento a Irmã, e é exatamente trazer o problema, debater, porque é a partir daí que se passa a dar prioridade a determinadas questões, no sentido de se estabelecer uma correlação de forças para chamar a atenção para os alagamentos em Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Agradecemos a presença da Irmã Angélica Konzen, da Associação Franciscana da Penitência, Caridade Cristã do Colégio Santa Família, agradecemos também as presenças dos professores e alunos.

Suspendemos a Sessão por um minuto para as despedidas. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h48min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum – às 14h50min): Estão reabertos os trabalhos.

Queremos saudar, e já está conosco na Mesa o Secretário Guilherme Barbosa, que vai explanar sobre o Seminário “Diretrizes para Revisão do Código de Edificações” do Município de Porto Alegre.

Portanto, vamos colocar a palavra à disposição do Sr. Secretário, para que faça as suas considerações.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e demais presentes, é com satisfação que volto a este Plenário, tanto pelos oito anos que aqui estive e também pela importância que tem esta Casa Legislativa para a vida da Cidade.

Venho, hoje, a este Plenário reforçar um convite a todos os Srs. Vereadores, pela representação que têm, para um Seminário que a Prefeitura de Porto Alegre, por meio da SMOV, estará promovendo, na próxima quinta-feira, na AMRGS, que tem como centro um debate sobre o nosso Código de Edificações. É uma lei muito importante, pelo fato de ser um Código já assim o define. Apesar de não termos um longo tempo de existência dessa versão atual – são oito anos -, mas que nós tivemos, nesse período, um novo Plano Diretor, um novo Código de Incêndio e isso, evidentemente, cria uma série de situações novas para essa atividade do projeto e da construção na nossa Cidade.

Nós abrimos uma conversação com várias entidades, que, inclusive, são co-promotoras - está na parte posterior da propaganda que eu distribui aos Srs. Vereadores - e com elas nós vamos promover esse Seminário, na próxima quinta-feira, que será o início de um debate: se iremos modificar o nosso Código de Edificações e, se iremos modificá-lo, com quais critérios?

Há entidades e profissionais que propõem e defendem, Ver. João Antonio Dib, que nós devemos ter uma legislação, sobre esses aspectos, absolutamente rápida e ligeira, sem ter tantos detalhes quanto tem o nosso Código atual. E que a relação, o meio de campo entre a Prefeitura e os proprietários, seja mediada pelo Código de Defesa do Consumidor. É uma proposta que está colocada.

Eu tenho dito que nós achamos interessante essa proposta que colocarmos dentro da nossa perspectiva de debate, mas é claro que o Poder Público Municipal precisa preocupar-se também com a segurança das edificações e com a sua qualidade. Há uma lei municipal, Ver. Paulo Brum, muito forte, que é a Lei da Acessibilidade, e nós nos devemos preocupar em garantir muitos aspectos que essa Lei atual determina. Esse é um debate que nós pretendemos apenas iniciar na próxima quinta-feira, e é evidente que os Srs. Vereadores, que trazem uma representação de parcela da nossa população e da população toda de Porto Alegre, têm muita importância para o nosso debate.

Num dos painéis está convidado para ser palestrante o Presidente Fernando Záchia. Portanto, será muito importante, e a nós, do Executivo, dará muito prazer a presença dos Srs. Vereadores. Esse convite é estendido a toda a nossa população e aos funcionários desta Casa, pois que essa Lei importante desta Casa diz respeito a todo mundo. Muito obrigado pela oportunidade, Ver. Paulo Brum. Deixo um abraço a todos os Srs. Vereadores. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Agradecemos a presença do nosso Vereador e Secretário Guilherme Barbosa. Tenho plena certeza de que esta Câmara estará presente nesse debate tão importante para a nossa Cidade.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h55min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum – às 14h56min): Estão reabertos os trabalhos. Apregoamos a Emenda nº 01 ao PLL nº 014/99 - Processo nº 2857/99, de autoria do Ver. Cassiá Carpes.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje, o período de Comunicações é destinado a assinalar o transcurso do 10º aniversário da Associação Gaúcha de Pintura Artística - AGAPA, nos termos do Requerimento nº 104/01, de autoria do Ver. Ervino Besson.

Convidamos para compor a Mesa a Sr.ª Jussara Freire, Presidenta da AGAPA e a Sr.ª Lúcia Tessmer, Vice-Presidenta da AGAPA, também registramos a presença de toda a Diretoria da AGAPA

O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Homenageamos a AGAPA - Associação Gaúcha de Pintura Artística pelos seus 10 anos de existência. Essa grande Associação teve o seu início através de um movimento artístico que aconteceu em 4 de agosto de 1991, materializado através de um protocolo de intenções, firmando, nesta data, com o então significativo grupo de artistas, empresários e amigos das artes, na sede social do Lindóia Tênis Clube, tendo à frente a Sr.ª Jussara Freire, sendo uma das sócias-fundadoras desta entidade.

Essa associação cresceu muito nesses 10 anos. Atualmente, conta com mais de mil e quatrocentos sócios, tendo a sua sede própria. Organiza exposições e mostras sempre com entrada franca, oportunizando, desta forma, o contato da arte com o público.

Esses eventos promovidos pela AGAPA oportunizam um intercâmbio artístico bem ativo. São recebidos artistas de outros estados, bem como de outros países para darem demonstração de sua sensibilidade através das suas manifestações artísticas. Há uma verdadeira troca, pois leva o nome da nossa Cidade para outros estados e outros países. Isso oportuniza as pessoas a terem um contato mais direto com a arte e seu processo de criação.

Pelo trabalho já desenvolvido e pela importância desta grande entidade, é que achamos mais do que justo propormos esta homenagem, na certeza de que seu brilhante trabalho continuará integrando cada vez a sociedade.

Na última exposição da AGAPA, que houve no Hotel Umbú, eu tive a oportunidade de lá comparecer. Deu para sentir, pelo amor profundo pela arte, pela dignidade das pessoas, pelo respeito, pelo convívio hospitaleiro das pessoas que lá estavam para visitação. Eu tive a oportunidade de ver que as pessoas olhavam e ninguém tocava naqueles quadros, naqueles trabalhos artísticos. Isso me chamou muita atenção, pois é difícil ver isso, pois a primeira coisa que as pessoas fazem, quando visitam uma exposição, é tocar nas obras.

A raça humana é passageira, nós somos passageiros, mas vocês, meus queridos artistas, podem ter certeza de que o seu trabalho, feito com o dom que Deus lhes deu, permanecerá na história para as futuras gerações, que poderão conhecer um pouco da história daquilo que lá está representado. Assim poderão ver e reconhecer o que representa o nosso artista e o seu trabalho. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Sr. Elói Guimarães está com a palavra.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, gostaria de falar na oportunidade, mas não disponho de tempo. É importante esclarecer aos presentes que falam somente aqueles que estão inscritos no período de Comunicações. Rapidamente, quero externar a nossa saudação à AGAPA, pelo trabalho que vem realizando, em especial a sua Presidenta, a Jussara Freire.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Ver. Elói Guimarães, V. Ex.ª está com a palavra em Comunicações, por cessão de tempo do Ver. Estilac Xavier.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, acho que temos, sempre quando se faz este tipo de homenagem, que dizer que só falam os Vereadores que constam inscritos no período das Comunicações. Muitas vezes gostaríamos de falar, inclusive para pessoas conhecidas, que sabemos de seu trabalho, mas não temos oportunidade. E as pessoas saem daqui dizendo: “pô, fulano tinha que falar, beltrano, sicrano.” Então, estou fazendo um requerimento à Mesa para que, nestas circunstâncias, seja esclarecido aos convidados que os que falam são estes, etc. e tal.

Assim, inicio a minha fala para cumprimentar a Sr.ª Jussara Freire, Presidenta da AGAPA, pessoa pela qual tenho admiração. Estão aqui também a sua mãe, o seu esposo, todos líderes na defesa da AGAPA. A Sr.ª Lúcia Tessmer, Vice-Presidente da AGAPA. O objetivo, o Ver. Ervino Besson, à exaustão, já disse, a importância que o artista, o pintor tem para a sociedade, pelo que ele representa, pela sua sensibilidade. E quando a AGAPA faz dez anos é momento de trazermos a nossa homenagem, a saudação da Câmara à AGAPA, que tem levado para o País, e mesmo para o exterior, toda esta sensibilidade e toda criatividade do pintor plástico porto-alegrense e gaúcho, que tem atingido, e nós temos acompanhado em diversas oportunidades, principalmente nos clubes, onde se realizam as mostras, o alto quilate, o avanço artístico que, há alguns tempos, a pintura plástica vem ganhando. Isso se deve muito ao trabalho desenvolvido pela AGAPA, no sentido dos estímulos, no sentido de chamar a atenção para a importância do que as artes representam para a qualidade de vida da população, para o aperfeiçoamento e a sensibilidade humana.

Portanto, fica aqui, Presidenta Jussara, a nossa homenagem, a nossa saudação, a saudação a todos os que acompanham esta Sessão, desejando que a AGAPA continue sua caminhada, chamando a atenção para a importância que tem essa produção artística tão bela, que todos nós aqui gostamos de assistir às suas mostras, que continue realizando o que vem realizando em busca do aperfeiçoamento, até mesmo do espírito da alma. Há quem diga, o artista no momento em que começa a produzir a arte, ele se encontra com Deus, tal a sua elevação, tal a sua dedicação à obra que produz. A nossa saudação a AGAPA e que ela continue nessa caminhada brilhante, realizando e mostrando a nossa capacidade, inclusive no exterior. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Sr.ª Jussara Freire, que é a Presidenta do AGAPA, está com a palavra.

 

A SRA. JUSSARA FREIRE: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Constitui-se num prazer muito grande para todos nós, atuais dirigentes, ex-dirigentes, associados, familiares e amigos da AGAPA – Associação Gaúcha de Pintura Artística – estarmos nesta Casa Legislativa como convidados por termos sido lembrados, através de nossa associada fundadora, Regina Barcellos, que apresentou nossa entidade ao digno Ver. Ervino Besson, e que, ao conhecer um pouco da história de nossa curta existência, propôs, então, esta significativa homenagem.

Para todos da AGAPA, esse é um momento de extrema gratificação, o de receber um gesto de reconhecimento público ao completarmos neste mês o 10º aniversário de fundação, o que aqui é formalizado na pessoa desse atuante Vereador de nossa Cidade, Sr. Ervino Besson. Com este ato de homenagem, realizado nesta Casa Legislativa do Município de Porto Alegre, fica demonstrado que aqui já há o conhecimento da existência de nossa Associação e do trabalho que a mesma vem realizando em prol do artista de nossa Cidade e deste Estado.

A AGAPA se constitui em uma entidade sem fins lucrativos, e que tem, ao longo de sua existência, prestado a sua parcela de contribuição em favor do artista gaúcho, congregando e valorizando a sua arte dentro dos segmentos em que atua: tela e papel, que comporta aquarela e pastel; a porcelana e a faiança, o tecido e também o vidro. Perseguindo sempre o objetivo primordial de apoiar e de defender sempre as manifestações artísticas e culturais, a AGAPA vem promovendo intercâmbio com as associações coirmãs tanto brasileiras como fora do nosso País. Estendendo mais os seus braços, tem inaugurado sucursais no interior do Estado, Caxias do Sul, São Luiz Gonzaga, Pelotas, Não Me Toque e na Cidade argentina de Oberá, no Estado de Missiones. Nos eventos que realiza, tem primado por oportunizar aos seus associados e artísticas, que não compõem o seu quadro social, a participação direta integradora com a arte e com todo o processo de criação, favorecendo aprimoramento pessoal e técnico de cada um.

Ao cidadão leigo também é facilitado o acesso às obras e estimulado o seu gosto por esse tipo de arte, tanto pela gratuidade do evento como a abertura do mesmo ao público em geral. Isso também acontece nas oficinas de criação, quando, de hora em hora, artistas elaboram obras ao vivo com a participação do público e, ao final dessa performance, a obra criada é sorteada de forma graciosa entre os assistentes.

Com isso, a AGAPA tem proporcionado momentos de grande criatividade e interação do indivíduo com a arte, fazendo com que esses eventos sejam, cada vez mais, um fórum de experiências novas, de avançadas técnicas, e de criatividade sem limite, oportunizando aos participantes o conhecimento ou aprimoramento, conforme estágio em que se encontram os seus dons artísticos, sejam eles de criar ou apreciar.

Os eventos têm trazido a Porto Alegre artistas de outras cidades, estados e também de outros países cujo intercâmbio também acontece em sentido contrário, quando os nossos artistas, associados da AGAPA, fazem o mesmo, levando, sempre que possível, para outros centros culturais as suas obras e divulgando esta entidade gaúcha. Este trabalho é realizado de forma voluntária por todos quantos assumiram a Diretoria Executiva ao longo desta trajetória, o que possibilitou a aquisição da sede própria em 1995, para grande orgulho de todos os agapeanos, vendo o bom gerenciamento de suas contribuições, frutificando em bens duráveis.

Contando hoje com um mil, quatrocentos e quatorze sócios cadastrados e seiscentos e setenta e sete sócios ativos, a AGAPA realiza dois grandes eventos anuais, sempre em Porto Alegre. No dia 21 de setembro, próximo, realizaremos o 1º Jantar do Prato Pintado, no Clube Caixeiros Viajantes, festejando o 10º aniversário.

Em 1999, a AGAPA realizou a sua 1ª Mostra Internacional, nos hotéis Continental Serra Parque e Laje de Pedra, em Canela, trazendo artistas de quatorze países e vinte dois Estados. Realizou de 9 a 11 deste mês corrente, a sua 10ª Mostra Nacional e 2ª Mostra MERCOSUL de Pintura Artística, no Umbu Hotel, o que foi referido pelo digno Ver. Ervino Besson que nos honrou com a sua visita.

Esse evento contou com a participação de artistas da Argentina, Chile, Uruguai e dos Estados de Mato Grosso, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e de quarenta e cinco municípios gaúchos. Participaram desse evento duzentos e noventa e dois expositores associados, oitenta e sete artistas de associações coirmãs, doze ateliês ou escolas de arte e o Instituto Educacional Nazareth, da APAE de Porto Alegre, com dez alunos artistas. Tivemos ainda a presença de dezessete renomados artistas convidados, que atuaram como componentes do júri, e sessenta e dois artistas, também convidados por seu excelente trabalho, a desenvolver um total de noventa oficinas de criação.

Finalmente, queremos externar o nosso agradecimento, em nome de todos os dirigentes, ex-dirigentes e associados da AGAPA pela acolhida que tivemos nesta Casa e colocar a nossa Associação à sua inteira disposição. Esperamos poder continuar merecendo o apoio de todos os senhores, por intermédio do referendo do nosso trabalho, para que possamos estender, cada vez mais, as possibilidades dos eventos por nós realizados em favor desta nossa Cidade, do Estado do Rio Grande do Sul, de seus artistas e, acima de tudo, colaborando para o crescimento e a felicidade do povo de nossa terra. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Com a manifestação da Sr.ª Jussara Freire, que é a Presidenta da AGAPA, encerramos esta homenagem que assinala o transcurso do 10º aniversário da Associação Gaúcha de Pintura Artística, por Requerimento do Ver. Ervino Besson, agradecendo a presença de todos, da Diretoria, dos demais convidados.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h21min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum – às 15h23min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores. Estou iniciando o meu trabalho como Parlamentar e tenho muito que aprender ainda, evidentemente. Venho recebendo críticas por não haver aceitado a presidência da CPI da Habitação requerida por mim, nesta Casa e mais dezenove Vereadores. Na minha vida, eu sempre fui de encarar desafios, quando necessários. Mas sei, exatamente, o que eu posso e o que eu não posso fazer. E esta CPI do DEMHAB, que será presidida pelo nobre Ver. Nereu D’Avila, vai jogar uma cartada importante no sentido de esclarecermos dúvidas, muitas denúncias que envolvem centenas de pessoas e que precisam ter a atenção e o trabalho de todos. O fato de não ser o Presidente da CPI não significa que estou fugindo a responsabilidade; pelo contrário: é por ser responsável e por não fazer jogadas políticas que eu não aceitei presidir esse trabalho. Eu não vou tocar mais no assunto e só espero que o Ver. Marcelo Danéris dê um tempo na sua preocupação a meu respeito, já que das suas acusações, eu não entendi bem, embora as ofensas que são feitas no campo político, já estou assimilando, porque graças a Deus, aprendo as coisas da vida com relativa facilidade.

O Ver. Marcelo Danéris, como bem disse o nobre e brilhante Ver. Luiz Braz, não tem ainda cacife suficiente para dizer para nós o que devemos ou não devemos fazer nesta Casa. Como eu, o Ver. Marcelo Danéris é marinheiro de primeira viajem e, como eu, deveria saber do seu lugar e recordar um ditado dos mais certos - um ditado gaúcho: “pato novo não mergulha fundo”. Vamos ficar pela superfície, por enquanto, e tentarmos resolver os problemas, colaborarmos com esta Casa, o que eu realmente quero é trabalhar.

Quero, por exemplo, com a ajuda dos Vereadores desta Casa, tirar meninos e meninas de rua, exatamente como pensa o Prefeito Tarso Genro. Ninguém pediu ao Prefeito, no seu discurso de posse, que ele dissesse que iria tirar meninos e meninas de rua na sua Administração. Até agora, não vi nada, absolutamente nada a esse respeito.

Quero restaurantes populares nos bairros mais populosos de nossa Capital. Um já funciona no Bairro da Azenha, fruto da idéia que tivemos aqui, outro deve ser instalado pela Prefeitura, e, segundo me disseram, a SMIC já procura local para esse restaurante, que, ao preço de um real a refeição, dará ao pessoal da rua, aposentados e estudantes a chance de uma refeição mais digna pelo menos uma vez por dia.

Estou feliz pela idéia despertar ações particulares e da própria Prefeitura. O que importa não é o Projeto ser de minha autoria, o que importa é a realização da idéia e por isso estou feliz, embora revoltado, sim, por esse feito de se fazer política por parte dos Partido dos Trabalhadores. O que importa, para mim, de verdade, repito, é que as coisas sejam feitas e que minhas propostas sejam aproveitadas aqui ou pelo Executivo. Estou entrando, também, com a Lei Complementar que objetiva aperfeiçoar a Lei nº 7, de 7 de dezembro de 1973, que institui e disciplina os tributos de competência do Município. Se a atual Lei já isenta o portador do mal de Hansen, por que não isentar também os portadores do vírus HIV e de neoplasias malignas, visto que também esses tipos de doenças são de certa forma discriminadas pela sociedade.

Entendemos que sejam isentos do IPTU, a exemplo do mal de Hansen, todos os portadores do vírus HIV e de doenças malignas independentes de classe social. Somente os portadores do HIV que estiverem cadastrados na Secretaria Municipal da Saúde é que terão o direito da isenção do IPTU. A Secretaria Municipal da Saúde deverá encaminhar a relação dos portadores do HIV para a Secretaria da Fazenda para retirar da listagem de pagamentos os beneficiários, evitando assim o constrangimento do soropositivo. As pessoas portadoras de doenças malignas deverão apresentar atestado médico onde conste o CID, Cadastro Internacional de Doenças, o qual deverá ser ratificado por um médico oficial do Município. Na regulamentação do item da Lei Complementar nº 7, deverá ser detalhada a sua aplicação com a participação de entidades afins.

Conto com os nobres Vereadores e Vereadoras para aprovação desta Lei Complementar. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Apregoamos Substitutivo nº 01 ao PLL nº 053/00, que dispõe sobre utilização de programas de computador na Administração Pública de Porto Alegre, de autoria da Ver.ª Helena Bonumá.

A Ver.ª Helena Bonumá está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. HELENA BONUMÁ: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, aproveito o período de Comunicações para comentar sobre dois Projetos de nossa autoria, que tramitam nesta Casa e que têm sido objeto de debate público na Cidade e em outros lugares, pelos temas que tratam.

O primeiro é o que prevê a punição para os casos de pedofilia na Internet e, se V. Ex.as leram os jornais daqui do Rio Grande do Sul, a Zero Hora, de ontem, trazia uma matéria sobre o Município de Bossoroca, aonde foi feita uma denúncia em relação a isso e o Ministério Público está trabalhando, também no jornal O Sul, da semana passada, uma matéria onde foram publicados dados fornecidos pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, dados que nos preocupam: 25% dos sites denunciados no mundo, são brasileiros, são localizados no Brasil. E só no ano passado, aqui no Brasil, o Ministério Público recebeu aqui no Estado quatrocentos e trinta e cinco denúncias de pornografia infantil na Internet.

Nós temos um Projeto - e eu chamo a atenção dos Srs. Vereadores - que está tramitando nas Comissões desta Casa e que prevê punições para provedores e também para os meios de comunicação que forem coniventes com essa prática da pedofilia na Internet.

Portanto, esse é um debate que nós queremos aprofundar nesta Casa, porque entendemos que faz parte da garantia dos direitos da criança e do adolescente que a liberdade de comunicação, a liberdade de informação, esta maravilhosa liberdade de acesso à informação e à comunicação, que podemos vir a ter com a Internet, não sirva para reprodução de preconceito, de discriminação e de violência, principalmente sobre as nossas crianças.

Quero fazer o registro de que realizamos, aqui em Porto Alegre, neste fim de semana que passou, a 4ª Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. Representei esta Casa na abertura dos trabalhos da 4ª Conferência e registro esse episódio como um momento importante de construção, de avaliação das políticas públicas, das ações de governo, das parcerias do governo com a sociedade civil, no sentido da garantia dos direitos das crianças, do combate à violência e à exclusão das nossas crianças. Também foi um momento importante de elaboração de propostas para o seguimento desta construção aqui na nossa Cidade, neste ano importante, que é o ano da eleição de mais uma gestão do Conselho Tutelar.

A segunda questão que gostaria de colocar diz respeito a um seminário em São Paulo para o qual fui convidada a participar, neste fim de semana passado - e trouxe para mostrar para os Srs. Vereadores e para a Câmara este cartaz com um cacho de bananas coloridas, sobre os produtos transgênicos.

 

(Mostra o cartaz.)

 

 Muitas vezes não temos dado a devida atenção para esta matéria. Temos um projeto de lei tramitando nesta Casa, onde procuramos chamar a atenção e criar critérios, normas, que regulamentem todo o roteiro de produção, comercialização, armazenamento, distribuição e consumo dos alimentos transgênicos na nossa Cidade.

A Ver.ª Maristela Maffei elaborou um projeto aprovado nesta Casa, que agora está impedido, pela Medida Provisória firmada pelo Governo Federal, mas insistimos em que este é um debate importante. Em relação aos transgênicos, vivemos uma situação que temos que deixar clara para a população da nossa Cidade, para o cidadão e cidadã da nossa Cidade, que está acostumado a debater os seus problemas, as suas políticas: estamos consumindo alimentos transgênicos, comprados nos nossos supermercados, sem saber, sem podermos optar. Se somos uma cidade que tem um patamar de cidadania garantido, em relação a isso não temos esta garantia, porque tenho certeza de que todos os Senhores aqui já devem estar comendo transgênicos sem saber e, pior, sem saber que efeitos isso vai trazer, a médio e longo prazo, e que efeitos isso já pode estar causando à saúde de cada um de nós.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Ver.ª Helena Bonumá, quero parabenizá-la e perguntar a V. Ex.ª: quantos produtos com transgênicos há à disposição da população de Porto Alegre? V. Ex.ª poderá trazer esses dados, numa próxima oportunidade, à tribuna, e tenho certeza que isso ajudará muito esta Casa.

 

A SRA. HELENA BONUMÁ: De fato é preocupante, Ver. Ervino Besson. Nós não temos essa referência, porque, no Brasil, o governo não reconhece oficialmente nenhum laboratório para que faça esse teste.

Agora, o Greenpeace e o IDC, Instituto de Defesa do Consumidor de Brasília, já testaram diversos alimentos, em laboratórios credenciados e aceitos mundialmente, na Europa. É aí que nós identificamos esses produtos.

Eu quero comunicar aos senhores que nós tivemos um contato da Olvebra, que se responsabilizou de retirar a partida em que havia transgênicos e não mais comercializá-los. Esse é um documento firmado com a Olvebra e com o Instituto de Defesa do Consumidor. Agora, vários outros produtos que contêm soja na sua composição sendo comercializados, Ver. Ervino Besson, e nós não sabemos que estamos comendo. A lei proíbe, existe a Comissão Nacional de Biossegurança, que deveria estar fazendo algum controle, mas infelizmente sabemos como é o problema da fiscalização em nível nacional em nosso País. Não há verba, não há interesse e, como isso é interesse das multinacionais, esse processo continua à revelia da nossa saúde, do meio ambiente e da nossa cidadania. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Humberto Goulart está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. HUMBERTO GOULART: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, domingo retrasado, na Igreja Matriz de Porto Alegre, aconteceu uma missa em reverência ao nome de uma santa recentemente canonizada, a Santa Tereza Verzeri, que nasceu, no século passado, em Bergamo e que tem algumas particularidades muito próximas a nós. Primeiro, um dos seus milagres aconteceu em Porto Alegre, quando uma das Irmãs da sua Congregação obteve uma cura ao invocá-la.

Santa Tereza Verzeri tem que ser reconhecida pela grande ideologia que passava. Primeiro, ela criou uma organização chamada As Filhas do Sagrado Coração de Jesus. Enfrentou, naquela época, porque era uma freira, na Itália, moça, e que não tinha grande nome, uma grande reação, porque uma mulher não poderia invocar o Coração de Jesus. Era muita pretensão daquela freira criar uma ordem com o nome de Coração de Jesus, mas ela, cada vez mais, se comprometia com essa sua finalidade, e a congregação por ela criada, a Congregação das Filhas do Sagrado Coração de Jesus, começou a se interessar pela família - tão dispersa neste século; ela era uma freira do século passado –, pela saúde e pela educação. Ultimamente, além desses três assuntos, a Congregação se interessa pela pastoral indígena e pela pastoral carcerária. Então, essa Santa passa a ser a santa dos excluídos. Assim como tantos outros santos atendem a tantos outros pleitos, essa passa a ser uma santa política, porque é a santa dos excluídos. O interessante é que essa santa, canonizada em junho deste ano, é a Padroeira do Banco de Olhos.

Quando falamos na Santa dos excluídos e na Padroeira do Banco de Olhos, nós sabemos o quanto os doentes que precisam de um atendimento de especialidade são excluídos na Cidade Porto Alegre. É muito importante que se faça a prevenção, por vacinas, por orientações; é importante que se faça o atendimento primário da pessoa que se sente doente. Por que não é importante fazer-se o atendimento secundário, o atendimento de doenças dos olhos, o atendimento de doenças vasculares? Agora, com o avanço da medicina, quando se consegue que as pessoas vivam mais tempo, doenças do passar do tempo acontecerão: o diabetes vai aumentar mais, doenças como arteriosclerose e hipertensão vão aumentar, porque quanto mais a pessoa vive, mais chance ela vai ter de adquirir essas doenças. Mas, estranhamente, não se presta atenção nesse fenômeno epidemiológico. Se dá alguma atenção até para oito ou doze fichas no postinho de saúde, mas, se precisar de uma especialidade, não existe, e isso é epidemiológico. Que a Santa dos excluídos possa iluminar a cabeça de quem estuda epidemiologia sobre o que é necessário nesta Cidade! Desafio qualquer um, neste momento, a telefonar e conseguir uma consulta para uma especialidade. Agora, acredito que até a Central de Marcações, na teoria, é um bom pensamento, mas na prática é uma falha.

Agora, lá no Hospital Fêmina, surgiu uma novidade que me aprece agora nesta segunda-feira. Eu, como médico do Fêmina, como cirurgião do Fêmina, não posso encaminhar para outro colega do Fêmina para avaliar uma outra ação que acredito ser importante. Tem de ir para a Central de Marcações, tem de sair de dentro do Hospital Fêmina, ir para o postinho de saúde que, depois, vai marcar para daqui seis, sete, oito, dez meses a consulta.

Vou pedir ao Ver. Aldacir Oliboni, que é do Executivo, para me socorrer; socorra-me nos meus pleitos porque eles são a favor desse povo excluído. Quem está doente na Cidade de Porto Alegre é excluído e a que a Santa dos excluídos possa-nos iluminar, a Santa Tereza Verzeri.

Para concluir, Sr. Presidente, não existe o pleito dos programas de diabete e de arteriosclerose, pedidos pelo próprio Banco de Olhos, e a verba vem do Barjas Negri, o substituto do Ministro, que está mandando isso para cá. Então, precisamos nos unir, Ver. Aldacir Oliboni e mais outro que tenha interesse na saúde, o meu Presidente Ver. Pedro Américo Leal, a Ver.ª Clênia Maranhão... Nós temos de fazer funcionar de alguma maneira a Central de Marcações; mesmo que isso seja negado, precisamos dar uma solução para os doentes que precisam de especialidade médica, que são, na Capital que tem o melhor índice de vida, os excluídos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, gostaria de, hoje, nesta data, como rio-grandense, como brasileiro e modesto partícipe do episódio, fazer o registro do mais célebre evento cívico, político, legal e constitucional desencadeado na Cidade de Porto Alegre para o Brasil, refiro-me ao episódio denominado de Legalidade.

Eu começaria fazendo uma observação, dizendo que a Legalidade está para o Rio Grande, assim como a Revolução Constitucionalista está para São Paulo. Embora o movimento da Legalidade, a nosso juízo, disponha de um alcance muito maior, deu-se aqui, regionalmente, deflagrou-se aqui no Rio Grande. Até pela própria condição de renúncia do Presidente da República, e as opções que se apresentavam naquele impasse institucional em que, de um lado, se colocava o respeito à Constituição, com a posse constitucional do Presidente da República, e, de outro lado, a alternativa de um golpe que, naquele momento, se tentava perpetrar contra as instituições democráticas baseadas na Carta Democrática de 1946, por essa razão, nós vemos hoje, passados quarenta anos, que esse episódio é de alcance nacional, e isso foi compreendido pela mídia do Rio Grande do Sul. A mídia do Rio Grande do Sul conseguiu, em torno desse episódio, nesse momento, por ocasião dos seus quarenta anos, de forma até bastante curiosa, que não é o comum numa situação como essa - estou fazendo aqui uma afirmativa com responsabilidade -, que é uma unanimidade no reconhecimento do episódio.

No sábado toda a estrutura da RBS, todos os seus veículos,  Zero Hora, Rádio Gaúcha e TV, estavam direcionados para a comemoração dos 40 anos da Legalidade. Hoje, nós assistimos a uma outra grande estrutura de imprensa do Estado do Rio Grande do Sul - que é o Grupo Caldas Júnior - transmitir diretamente dos porões do Palácio Piratini. Hoje, as páginas do Correio do Povo estão direcionadas para o episódio dos quarenta anos da Legalidade e para a figura da sua grande liderança, Leonel Brizola.

Além da colocação que já fiz, de que a Legalidade está para o Rio Grande assim como a Revolução Constitucionalista está para São Paulo, mas num alcance e numa visão muito mais abrangente, porque a crise que se instalou no Rio Grande foi uma crise cujas repercussões tinham uma conseqüência nacional, e poderia dizer, internacional.

Com muita propriedade, com muita acuidade - quem leu o depoimento do Cônsul Americano no Brasil, Pércio Arner, pôde verificar - ele registra e divide quatro momentos da Legalidade, e o primeiro momento se constitui nos dias 25 e 26 de agosto, aqui no Rio Grande do Sul, notadamente em Porto Alegre, onde papel importante para os registros da história devem ser deferidos, sobretudo, aos comunistas ao Partido Comunista Brasileiro, fundamentalmente, e à esquerda porto-alegrense, que mobilizaram os setores ligados ao setor sindical e ao setor estudantil, e que compreenderam, naquele momento, que a palavra de ordem não era o retorno de Jânio, era, sim, a posse constitucional do Presidente João Goulart. Essas são algumas contribuições, reflexões de que gostaria de fazer registro. E por último, quero dizer: o caminho do parlamentarismo, por um ano, evitando-se o derramamento de sangue, era o caminho mais compatível, porque aquilo que se consegue em um ano, pelo caminho normal, não cabe pelo caminho das armas, em um levante, cujas conseqüências não saberíamos quais seriam, além do derramamento de sangue de brasileiros. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. HUMBERTO GOULART: Eu estou retirando da Pauta o Projeto que dá o nome do nosso querido ex-Deputado Carrion Júnior ao Centro de Cultura, até segunda ordem.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu sempre digo que a Cidade alagada pede socorro à Cidade Viva, e não recebe. A Cidade Viva é rica. Muita publicidade, trabalhos artísticos para apresentar de forma irreal a Cidade em que nós vivemos, muitas vezes alagada.

Hoje a Tribuna Popular foi ocupada por moradores do Bairro São Geraldo, representados aqui pela Diretora da Escola Santa Família, Irmã Angélica. E eu, com a tranqüilidade de sempre - porque sempre tenho documentos assinados pelo Prefeito, pelo Secretário da Fazenda - disse que a Prefeitura tinha muito dinheiro, e só não usava na solução da Cidade alagada, mas usava na Cidade Viva. Evidentemente, logo apareceram alguns Vereadores para dizer que, quando eu fui Prefeito, lá naquela área também alagava. Eu nunca escondi isso. Até, no dia em que estive na Escola Santa Família, eu deixei claro que quando eu era Prefeito também alagava, mas não na mesma intensidade dos alagamentos de hoje, até porque não há conservação. Nós sabíamos operar os parcos recursos de que dispúnhamos, para que a Cidade ficasse em condições. Nós sabíamos fazer isso; nós tínhamos competência. Nós aplicávamos 2% do Orçamento no DEP. A Prefeitura, atualmente, usa 2,4%.

 

O Sr. Estilac Xavier: V. Ex.ª me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Acompanho com a devida atenção o seu pronunciamento e constato que V. Ex.ª também não desconhece que a solução definitiva, além da conservação permanente que se deve ter nas tubulações da microdrenagem, é a construção do conduto forçado Álvaro Chaves e a liberação o Arroio Tamandaré, coisa que foi exaustivamente colocada por nós lá, reconhecendo que isso é um processo longo. Inclusive, a história da drenagem em Porto Alegre, dos maravilhosos diques que evitam que a nossa Cidade seja inundada pelo rio nos momentos de cheias, é uma construção que tem sido feita desde o início da Cidade.

Portanto, só estamos dando continuidade e aperfeiçoando aquilo que já foi construído no passado, com as características que confere o nosso Governo. Muito obrigado.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Está correta a colocação de V. Ex.ª, quando diz que precisamos fazer o conduto forçado Álvaro Chaves. Muitas vezes eu disse desta tribuna que essa é uma obra tão importante, que foi iniciada na Administração Villela, tirando a Rua Álvaro Chaves integralmente, fazendo o conduto forçado e colocando a rua em cima do conduto outra vez. Realmente, seria preciso que continuasse a obra, mas não havia o dinheiro que a Prefeitura tem hoje.

Mas, como tentaram culpar este Vereador, e eu sempre tenho documentos, aqui está a minha “bíblia petista.” Aqui está um artigo escrito pelo, hoje, Vice-Prefeito João Verle, que foi Secretário das Finanças do Dr. Olívio. Ele diz que, nos últimos vinte anos, os três anos em que a Prefeitura teve menos dinheiro, foram exatamente os três anos em que eu fui Prefeito. Eu não tomava dinheiro do IPTU da forma como se faz aí, e querem tomar mais. Eu aumentava o IPTU abaixo da inflação. Uma média de 116 milhões de dólares por ano. São dados do Professor João Verle, que ninguém vai colocar dúvida. Há três anos, o DEP tinha, no Orçamento, de 16 milhões de reais, 5 milhões e 200 mil para obras. E, no fim do ano, ele devolveu os 5 milhões e 200 mil reais. Não os utilizou.

Eu não tinha taxa de pluvial quando fui Prefeito; hoje há. Estou dizendo que o Prefeito, que tem muito dinheiro na nossa Cidade, mas ele é que tem a responsabilidade, poderia abrir um crédito especial para começar a fazer o Arroio Tamandaré, melhorar as condições e o conduto forçado da Álvaro Chaves, porque não se faz em seis meses, não se faz em um ano. Então se ele dispuser...

 

(Manifestações paralelas no Plenário.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Ver. João Dib, asseguro o tempo de V. Ex.ª e peço aos nobres Vereadores que mantenham silêncio e condições no Plenário, porque temos um colega na tribuna. Assuntos que não sejam do Plenário que sejam tratados fora do Plenário para que possamos dar continuidade à Sessão.

Ver. João Antonio Dib, devolvo o seu tempo.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sou grato, Sr. Presidente, pela sua atenção.

Eu dizia que a obra da Álvaro Chaves e Arroio Tamandaré não se realizará em seis meses. O Prefeito, demonstrando vontade, demonstrando carinho pelo Bairro São Geraldo, poderia abrir um crédito especial de 6, 8, 10 milhões de reais e começar as obras, porque esse dinheiro a Prefeitura tem. No momento em que falei para a Diretora da Escola, fiz a demonstração: pelos balancetes até 31 de julho, o que demonstra a saciedade, que está sobrando dinheiro na Prefeitura. Tanto é verdade, que tem 180 milhões, agora talvez mais, aplicados no sistema financeiro para render juros, enquanto a Cidade paga juros pesados, pesadíssimos, pelos alagamentos que a Cidade Viva não socorre. Saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, existem algumas coisas na vida parlamentar que acabam indignando as pessoas. A Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, que presido, marcou para a próxima quinta-feira, nesta Casa, uma Audiência Pública para analisar a atuação da Telefônica Celular, da Claro Digital, e da CRT Brasil Telecom. Denúncias inúmeras chegaram a esta Comissão, com documentos comprovando que a CRT Brasil Telecom está lesando mais de um milhão de usuários e clientes, não repassando as ações e alegando que não tem condições para tal. A Telefônica Celular e a Claro Digital cobram nas suas contas, nós temos as provas na Comissão, ligações com menos de 6 segundos, o que é proibido pela ANATEL. A Telefônica Celular e a Claro Digital estão duas vezes o ICMS. Mas o que causa indignação e o que me traz a esta tribuna, é que nós vamos fazer a Audiência Pública para tentar achar um denominador e resolver essa situação, com a presença dos integrantes do Ministério Público, da ANATEL e do PROCON. Só no PROCON, há mil denúncias e inquéritos contra a Telefônica. Agora, para a Comissão que eu presido, a qual tem como integrantes também os Vereadores Cassiá Carpes, Helena Bonumá e Maristela Maffei, essas empresas não respondem, não mandam os documentos, mas vêm aqui, nesta Casa, na sala do Presidente Fernando Záchia, para fazer lobby, pedindo que não se realize a Audiência Pública.

Eu vou repetir aqui o que já disse na reunião da Comissão, ou seja, na Comissão mandam os Vereadores da Comissão. Na Comissão, depois que é colocado em votação, decidem os Vereadores da Comissão. Eu ignoro essas pessoas, esses diretores que vieram a esta Casa para pressionar o Presidente Fernando Záchia. Elogio o Ver. Fernando Záchia que teve a postura de Presidente, de magistrado, e disse a esses lobistas: “Procurem a Comissão”. Eu não aceito esse tipo de ingerência. A Comissão votou, decidiu, temos as provas e as denúncias, e o Ministério Público estará aí. Por que fazer lobby, por que constranger o Presidente o qual, neste momento, entra neste Plenário? Eu acabei de elogiar a sua postura, Presidente, pela posição tomada.

Eu tive uma discussão com o Ver. Sebastião Melo a quem eu admiro. A Comissão votou no sentido de que amanhã ouviremos o Secretário que pediu para vir aqui; não foi eu que o convoquei para explicar sobre a unidade da FEBEM a qual a população de Belém não deseja.

Uma semana depois, recebi um ofício do Ver. Sebastião Melo, pedindo que fosse realizada uma Audiência Pública; nós votamos na Comissão que, em primeiro lugar, vamos fazer uma reunião amanhã, com os Secretário e os Vereadores, e quem não ficar esclarecido pode pedir Audiência Pública e vamos votar para ter Audiência Pública, eu sou o primeiro a assinar. E disse ao Ver. Sebastião Melo: “ Ver. Melo, a reunião é dos Vereadores, somente.” Aí o Ver. Sebastião Melo vai fazer política em Belém, convoca um ônibus para vir para cá e quer dizer que eu tenho que aceitar o ônibus dentro da Comissão, e ainda me agride dizendo que eu sou aliado ao PT. Vereador, eu não sou aliado ao PT. Eu sou pela legalidade.

 

O Sr. Sebastião Melo: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) A nossa intenção foi a de colaborar, mas quero dizer a V. Ex.ª que vou ligar ao CONSEPRO da Zona Sul para que eles não venham à audiência e vou ratificar o meu pedido para que seja feita uma Audiência Pública que tenha a finalidade de ouvir os dois lados. Porque se é para ouvir só um lado, desculpe-me, mas não é Audiência Pública, aí é para ouvir uma parte. E a história tem dois lados. Eu vou reformular para que num outro momento façamos uma Audiência Pública, ouvindo a comunidade e o Governo. Vou pedir que a comunidade não venha aqui amanhã.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Ver. Sebastião Melo, amanhã não se trata de Audiência Pública. V. Ex.ª parece que chegou ontem aqui, que não conhece. Trata-se de uma reunião interna da Comissão, que eu, gentilmente, abri para todos os demais Vereadores. Se for necessária a Audiência Pública, se fará Audiência Pública. Não me nego a ouvir todas as partes e encher essas galerias. Agora, eu peço que V. Ex.ª respeite a posição que a Comissão tomou, só isso. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Ver. João Bosco Vaz, eu queria esclarecer, dentro do possível, sobre a matéria a que V. Ex.ª se referia, eu fui procurado por essas empresas que estão cobertas de razão no aspecto legal e regimental. A Audiência Pública do âmbito da Comissão, que é o caso a que V. Ex.ª se referia, não é, Ver. Sebastião Melo, Audiência Pública da Casa. Por iniciativa da CEDECONDH, tão bem presidida pelo Ver. João Bosco Vaz, resolveu fazer uma Audiência Pública, e o nosso Regimento é bastante claro, como se trata de iniciativa privada, essa empresas não têm a obrigatoriedade de comparecer, e deixaram bem claro que não compareceriam a uma Audiência Pública pequena, interna da Comissão; mas estão à disposição para, a qualquer momento, se convidados pela CEDECONDH, trazerem as documentações necessárias.

O mesmo procedimento aconteceu na Assembléia Legislativa, foi feita uma Audiência Pública, que no fim não terminou, eles não participaram por se tratar de empresas da iniciativa privada, mas deixaram bem claro, Ver. João Bosco Vaz, que estão à disposição para fornecer os dados necessários, mas não vão comparecer a essa reunião. Devidamente esclarecidos pela CEDECONDH, quais os dados que a CEDECONDH quer que eles tragam; e eles trazem na mesma maneira. É que a Audiência Pública, para analisar algo que eles não conhecem, eles entenderam, consubstanciado no nosso Regimento, da não-obrigatoriedade do seu comparecimento.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Apenas para esclarecer, Sr. Presidente, que o Processo instaurado dentro da Comissão que eu presido, esse Processo foi colocado à disposição dessas empresas. Não há o que esconder. Quem esconde – como eles querem esconder – é porque deve alguma coisa. Aí, não é problema nosso. Essa audiência está confirmada para quinta-feira, Ministério Público e demais órgãos estarão presentes. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Ver. João Bosco Vaz, eu não quero tomar partido nisso. Mas, quando V. Ex.ª, que preside a Comissão, diz quem quer esconder, como eles estão escondendo, V. Ex.ª perde a isenção necessária para presidir. Acho que isto é importante: numa Audiência Pública têm que ser ouvidos os dois lados.

Se V. Ex.ª já começa a...

Eles devidamente convidados... eles sobre a documentação eles fornecem.

Eles foram, Ver.ª Helena Bonumá, convidados pelo Ver. João Bosco Vaz, que é Presidente da CEDECONDH, para participar de uma Audiência Pública que não é Audiência Pública da Casa. A Audiência Pública da Casa tem que ter edital em jornal, prazos regimentais e legais a serem cumpridos; nas Comissões Permanente não há essa necessidade. Há uma outra tramitação.

 

A SRA. HELENA BONUMÁ: Como membro da CEDECONDH esclareço que, na realidade, essas informações, a CEDECONDH já solicitou a essas empresas há mais tempo. Então, nós ouvimos até agora um lado só, porque o outro lado não se dignou a nos fornecer e vir ocupar o seu espaço para fazer os esclarecimentos necessários a esta Casa.

Portanto, nós estamos dando a oportunidade para que o outro lado seja ouvido ou que mande as informações, para que possamos tê-las e chegar a uma conclusão enquanto Câmara.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Não podemos esquecer de que se trata de empresas da iniciativa privada. É importante que tenhamos isso claro. Eles não têm a obrigatoriedade. Não é órgão do governo que tem que comparecer. Iniciativa privada é convidado. Muito bem fez o Ver. João Bosco Vaz em convidá-los, mas é um direito deles de vir ou não vir.

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO CALOS NEDEL: Sr. Presidente. Sr.as e Srs. Vereadores, as famílias porto-alegrenses obtiveram uma grande vitória, na última sexta-feira, ao verem aprovada, nesta Casa, uma Moção de Repúdio às declarações do Assessor do Prefeito Municipal, que defende a legalização do consumo e da venda de drogas em nossa Capital.

Foi uma vitória em defesa da integridade da família, em defesa da saúde e do futuro de nossos jovens e, por extensão, em defesa do bem da sociedade como um todo. Essa vitória, entretanto, não foi completa e, de um certo modo, ainda deixou margem a preocupações futuras, pois minha esperança era de obter o voto da unanimidade dos Vereadores.

Por incrível que pareça, dez Vereadores, todos das bancadas da situação, votaram contra a Moção, o que me leva a concluir que concordam com a nefanda postura do Assessor do Prefeito e, portanto, são favoráveis à legalização da venda e do consumo de drogas.

É quase de não se acreditar!

Mas acaba-se acreditando, ao se lembrar que os votos dessas bancadas são votos vinculados à vontade do Prefeito e não votos de consciência, como foi claramente demonstrado no recente episódio da votação da previdência municipal e em tantas outras oportunidades.

Mas acaba-se acreditando ao analisar a freqüente e costumeira incoerência desses que fazem juras de fé à democracia, mas tecem loas a governos sanguinários e ditatoriais e dão honras e status de dignitários a representantes das FARC.

Mas acaba-se acreditando, quando se estabelece uma relação de nexo entre essa postura de apoio ao sistema da droga e o balão de ensaio trazido a público, visando à legalização das drogas em nossa terra.

E se afirmam representantes do povo.

A que famílias estarão eles representando, ao apoiarem a disseminação incontrolável desse mal que se revela maior do que ele próprio, pois carrega consigo a propagação de um outro, a AIDS, como ele deletério e mortal?

Com certeza não representam as famílias dos infelizes jovens que se deixaram seduzir pela ilusão do prazer proporcionado pelas drogar e que hoje, desesperados, buscam o caminho de volta, que é tremendamente dificultado pela ação criminosa dos traficantes, que chegam a extremos de violência para impedir a recuperação de suas vítimas. (Lê.)

"Não representam, também, com igual certeza, as pessoas de bem que, reconhecendo nas drogas toda sua potencialidade maléfica e destruidora, trabalham afanosamente na prevenção do consumo e no tratamento dos que buscam o retorno à vida normal. E não, representam, do mesmo modo, aos dasafortunados que, tornando-se escravos do vício, vêem, paulatinamente, periclitar sua saúde física e mental, deteriorar-se sua vontade e destruir-se sua vida.

A quem representam esses Vereadores, então?

Deixo para a sociedade deduzir.”

 

O Sr. Estilac Xavier: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço ao nobre Vereador pelo aparte. Naturalmente, tenho que o apartear para discordar de V. Ex.ª, na medida em que eu já ouvi pregações semelhantes no passado, e de uma sigla famosa, que se chama TFP, que era pródiga em fazer esse tipo de defesa e que não resolvia e não encaminhava as questões.

Veja como a sua formulação peca numa evidente situação: primeiro V. Ex.ª diz que é uma política do Governo, a partir de um pressuposto colocado numa entrevista do Assessor do Prefeito, na área de segurança, sobre um assunto e V. Ex.ª disse que era política para Porto Alegre. Ora, V. Ex.ª como todos os outros que têm preocupação nessa área, deveria saber que a guerra que existe contra os nossos jovens, feita pelo narcotráfico, por todas as bebidas e drogas que são especializadas e que estão atualizadas e legalizadas estão sendo perdidas. Isso significa que nós temos que pensar outras formas e não nos escondermos atrás do discurso, com essa defesa agridoce da família, quando, na verdade, as políticas que se defendem colocam as pessoas em um nível de miserabilidde que leva os jovens a procurar droga, o desemprego e etc.

Eu lamento não ter mais tempo, Sr. Presidente, eu sei que...

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: V. Ex.ª pode usar o espaço de Comunicação de Líder, depois, só me permita concluir.

 

O Sr. Estilac Xavier: Poderei, mas o seu tempo está concluído também e está terminado o assunto.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu só gostaria de concluir e dizer que, de fato, Vereador, se o Prefeito fosse contra a idéia de seu Assessor, ele teria desmentido ou demitido o Assessor regiamente pago com o dinheiro dos impostos para fazer propaganda da legalização da droga em nossa Cidade e em nosso País. Demita-se esse Assessor incompetente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 1280/01 - SUBSTITUTIVO Nº 01, que autoriza a criação do Programa de Aproveitamento de Materiais de Construção nas Obras Civis, no Município de Porto Alegre, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 054/01, ambos de autoria do Ver. Almerindo Filho.

 

PROC. 3105/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 215/01, de autoria do  Ver. Adeli Sell, que denomina Rua Perseu Abramo um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Nonoai.

 

PROC. 3172/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 222/01, de autoria do Ver. Humberto Goulart, que denomina Centro Municipal de Cultura Francisco Machado Carrion Júnior o prédio do Centro Municipal de Cultura, localizado na Av. Érico Veríssimo, 307.

 

PROC. 3204/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 225/01, de autoria do Ver. Raul Carrion, que dispõe sobre instalações sanitárias em feiras comerciais e dá outras providências.

 

PROC. 3268/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 228/01, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que denomina Usina do Gasômetro Governador Synval Guazzelli o conjunto arquitetônico da Usina do Gasômetro.

 

PROC. 3034/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 206/01, de autoria do Ver. Humberto Goulart, que institui o Cartão de Saúde para a 3ª Idade. Com Emenda nº 01.

 

PROC. 3354/01 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 073/01, de autoria da Mesa Diretora, que altera o Regulamento de Substituições Temporárias de Titulares de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas da Câmara Municipal de Porto Alegre - estabelecido através da Resolução nº 1127, de 21 de novembro de 1991 - definindo hipótese de dispensa da condição de funcionário do Município de Porto Alegre para a substituição, e dando outras providências.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 3265/01 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 069/01, de autoria da Mesa Diretora, que extingue a condição de "sala de espetáculos" do Salão Glênio Peres, revogando a Resolução nº 1.332, de 19 de dezembro de 1996, e dando outras providências.

3ª SESSÃO

 

PROC. 2857/99 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 014/99, de autoria dos Vereadores Isaac Ainhorn e Reginaldo Pujol, que dispõe sobre implantação e funcionamento de presídios e demais prédios e instalações vinculados ao sistema penitenciário e prisional do Estado.

 

PROC. 3069/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 209/01, de autoria do Ver. Beto Moesch, que institui limite para as áreas com edificações e pavimentações nas praças e parques do Município de Porto Alegre.

 

PROC. 3123/01 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 017/01, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que acrescenta itens ao Anexo I da Lei Complementar nº 267, de 16 de janeiro de 1992, e alterações posteriores. (Conselhos Municipais)

 

PROC. 3160/01 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 019/01, que autoriza a alienação, por inexigibilidade de licitação, de três imóveis próprios municipais remanescentes de desapropriação para implantação da Av. Assis Brasil, à Empresa Santa Paula Construções Ltda.

 

PROC. 3162/01 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 002/01, que estabelece alterações no Código de Limpeza Urbana - Lei Complementar nº 234/90, de 16 de dezembro de 1990, e dá outras providências.

 

O SR. PRESIDENTE: Apregoamos a retirada de tramitação do PLL nº 222/01, de autoria do Ver. Humberto Goulart.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, desejo fazer duas cobranças ao Partido dos Trabalhadores. A primeira: quero que me esclareçam por que no mesmo terreno, no mesmo local, na mesma área da Assis Brasil, foram avaliadas nesgas de terreno por 140 e 160 mil reais. Digo isto para que depois, quando chegar na Comissão de Finanças, eu não tenha que pedir para que baixe em diligência o processo a fim de ser esclarecido.

Em segundo lugar, o Partido dos Trabalhadores apresenta alterações para o Código de Limpeza Urbana e revoga o art. 9º do atual Código de Limpeza Urbana. Esse artigo é o que dá proteção aos garis, ou seja, ele diz que eles devem ter botas, luvas e condições de trabalho que garanta a saúde deles. Eu não entendo. O Partido dos Trabalhadores só cuida dos trabalhadores dos outros, mas tem de cuidar dos trabalhadores da Prefeitura também, os garis são humanos e precisam de proteção.

O Ver. Almerindo Filho está propondo um Projeto de Lei que autoriza a criação de programas de aproveitamento de materiais de construção nas obras civis no Município de Porto Alegre. Ele está fazendo um Substitutivo ao seu próprio Projeto.

Eu sempre digo que a lei deve ser clara, precisa, concisa para que possa ser respeitada. Mas deve ser respeitada e nós devemos fiscalizar. Eu confesso que eu não consigo entender o Projeto de Lei, agora com Substitutivo, do Ver. Almerindo Filho: “Autoriza o Executivo Municipal a criar um programa de aproveitamento de materiais de construção nas obras civis no Município de Porto Alegre.” Esse é o art. 1º. Que materiais de construção são esses? São do Município ou de empresas privadas? E o art. 2º diz: “A coordenação e o gerenciamento do programa estará sob responsabilidade do Executivo Municipal ou órgão por ele designado”. Não sei se ele está entendendo o Executivo Municipal como Prefeito apenas, ou o órgão será designado pelo Prefeito em uma das suas Secretarias, em um dos seus departamentos? Eu não sei! “E o Executivo Municipal regulamentará essa Lei no prazo máximo de 90 dias a partir da data de sua publicação”. Eu até acho que seja uma preocupação do Ver. Almerindo Filho, em relação às pessoas menos aquinhoadas que o DEMHAB não atende, e ele quer que haja material à disposição dessas pessoas. Pode ser isso. Mas não diz de onde vem o material, quem fornece, como se faz, como se coleta e se distribui esse material. Uma lei deve ser clara, precisa, concisa, para que seja respeitada. Lamentavelmente, por mais que se tenha boa vontade, não dá para entender a preocupação do nobre Vereador com o material de construção.

O Projeto do Ver. Raul Carrion dispõe sobre “...instalações sanitárias em feiras comerciais e dá outras providências”. É um outro Projeto que precisa ser melhor esclarecido, para que não se faça mais uma lei que não será cumprida. O Vereador diz que as “...feiras destinadas à comercialização de produtos hortigranjeiros ou agro-industriais...” São as feiras fixas, são as móveis, quais são as feiras? Como é que nós vamos fazer o sanitários? “... num raio de 50m...” Como é que se mede o raio em uma feira que ocupa 150m da extensão de uma rua? Onde começa o raio da feira? Ele diz que podem ser “...sanitários fixos, construídos, instalados e mantidos pelo Município, sendo admitidos, além dos fixos, o uso de aparelhos sanitários móveis, químicos ou similares...”. No meu entendimento, a Câmara não tem condições de determinar ao Executivo que faça isso, mas a Procuradoria entendeu que pode ser. Eu não vou discutir com a Procuradoria, porque eu sou engenheiro, e eles é que são advogados. Mas que não se pode mandar o Prefeito fazer essa coisa, não se pode!

Os projetos devem ser mais bem estudados, mais bem orientados para que as leis sejam realmente cumpridas. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Nós queremos registrar a presença do Ver. Eduardo Oliveira, Líder do PFL de Santana do Livramento, e saudá-lo. Seja bem-vindo, Vereador. (Palmas.)

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós temos algumas dificuldades nesta Câmara Municipal. Pode-se fazer toda uma discussão, aqui, do que é um projeto de lei, do que é um pedido de providências.

Certa feita, eu falei sobre isso aqui, e vou fazê-lo novamente agora, porque vou levar às últimas conseqüências esta questão: um projeto de proposição, que, na verdade, é legalizar os projetos autorizativos.

Tem outra coisa que temos de discutir aqui na Câmara Municipal, porque agora virou moda aqui. Nós fizemos um esforço, mobilizamos a sociedade, discutimos com o Prefeito, com as Secretarias um tema, aí chega um outro Vereador e apresenta um projeto de lei. Isso é uma vergonha! Ninguém é dono de apresentar um projeto ou dono de um tema. Agora, depois que divulgamos nesta Casa, com fotos, mostramos aqui o que a Prof.ª Marú nos trouxe da Europa, sobre os banheiros públicos, que saiu hoje na página central do Jornal do Centro uma matéria sobre a revitalização do Centro sobre banheiros públicos, chega o Ver. Raul Carrion e protocola um projeto. Parece que é para provocar este Vereador, porque dias atrás entrou em choque com o Vereador porque de forma inescrupulosa, de forma oportunista fez uma provocação à bancada da oposição para que o nosso Vice-Prefeito João Verle não viajasse.

Hoje, trouxe o jornal da AIAMU, para mostrar que o Vereador que eu não tenho nenhum problema de tensionamento com ele, mas se o Ver. Raul Carrion continuar com a sua postura, com as suas provocações, eu vou pedir ao meu Partido que rompa efetivamente a aliança com o PC do B, porque Vereador oportunista como o Ver. Raul Carrion, eu agradeço. Não ajuda a nossa Bancada, faz provocações com a oposição e, quando tem um tema que o outro Vereador trata, ele se acha o dono da verdade. Como também se achava o dono da situação do Centro, da Av. Salgado Filho. Eu não sou o dono da questão dos banheiros. Agora, isso aqui não é projeto de lei; isso aqui é pedido de providências.

Eu não quero ser o dono do pedaço, agora quando estamos encaminhando uma questão, quando o Prefeito chama, encontrei os companheiros do DMLU, que pediram que mandasse de novo as fotos. Aí não dá! Fazer política nessa situação, com um aliado da Frente Popular, detonando toda a atividade que queiramos fazer, não dá! A atividade parlamentar é uma atividade digna; não é fortuito que nós nos tratamos por “nobre”; agora, desse jeito, não dá para trabalhar. Se o Ver. Raul Carrion, por ser de um outro Partido político, quer fazer constrangimento ao PT, arrumando bronca com o Ver. Adeli Sell, é um problema do Ver. Raul Carrion, não é comigo. E eu não vou medir palavras, não vou aceitar censura de ninguém, absolutamente ninguém. Muito menos, vou aceitar as provocações do Ver. Raul Carrion. Hoje eu aceitei a provocação, respondi. Está encerrado o assunto. Agora, eu vou fazer política, diferentemente do que outros estão fazendo nesta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Sr.as e Srs. Vereadores, acabo de chegar de uma audiência na Assembléia Legislativa, onde estivemos conversando com o Presidente da Assembléia, o Deputado Sérgio Zambiasi, sobre a de criação de uma estrutura na Assembléia Legislativa para atender aos ex-presos e perseguidos políticos, os anistiados, em função de uma Medida Provisória que acaba de ser editada pelo Governo Federal que possibilitará a aposentadoria, a contagem de tempo de aposentadoria daqueles que estiveram presos, exilados, que estiveram, muitas vezes, trabalhando na clandestinidade.

Imediatamente que cheguei, me dirigi ao meu gabinete, e percebi que havia um Vereador usando da palavra, atacando a este Vereador - como eu diria -, "pelas costas", pois não me encontrava aqui, me encontrava na Assembléia.

Me dirigi para cá e fiquei surpreendido por ser o Ver. Adeli Sell, Vereador da Bancada da Frente Popular, e tenho absoluta certeza de que no seu pronunciamento desrespeitoso, de baixo nível, ele não representa a opinião da Bancada do Governo e nem a opinião do PT.

Sinto-me bastante chateado em ter de ocupar esta tribuna - e não poderia deixar de ocupar depois de um pronunciamento de baixo calão, que todos tiveram de escutar - para, ao menos, dizer que não concordo com esse pronunciamento e ponderar sobre o Projeto que nós encaminhamos.

O Projeto que encaminhamos referente à criação de instalações sanitárias nas feiras de Porto Alegre foi gestado desde o início do ano em conversa com os feirantes - pois tenho o costume de prestar contas do meu mandato -, e um dos locais em que circulo são as feiras de Porto Alegre. Nessas inúmeras feiras, os feirantes e os transeuntes colocaram a dificuldade que eles têm, porque são feiras periódicas, semanais, em que circulam centenas e até milhares de pessoas, e não tem um único sanitário para as suas necessidades físicas; nem os feirantes, que passam lá o dia inteiro, nem os transeuntes. Nós conversamos com eles, com a nossa assessoria, que até se atrasou na elaboração desse Projeto, e tomamos essa iniciativa, e temos inclusive sido cobrados pelos feirantes pois tínhamos prometido esse Projeto e a coisa não andava. Dizíamos que estávamos estudando e que o mesmo seria feito.

Eu desconhecia, totalmente, que o Ver. Adeli Sell, em qualquer momento, tivesse tratado de mictórios ou de sanitários nas feiras. Aliás acho que esta Casa desconhece isso; é uma grande surpresa. Isso me faz recordar uma outra discussão que houve na Casa de sobre quem é dono de tal projeto, quem é dono de tal outro projeto. Isso não existe aqui; os companheiros Vereadores têm plena liberdade de fazer os projetos. Discordo do Ver. Adeli Sell, quando ele diz que não é matéria de lei, porque, assim como nós tratamos da questão do Código de Posturas, dos sanitários nos prédios comerciais, nos prédios bancários, e assim por diante, nós temos de tratar dos sanitários nas feiras, que são algo permanente.

De toda forma eu acredito que, se houver discordância, os Vereadores têm o direito de discordar. Mas é lamentável vir aqui fazer vitupérios, como os que o Ver. Adeli Sell fez, o que só denegri a nossa Casa e não ajuda.

Quero também referir aqui o que o Ver. Adeli Sell trouxe à baila novamente. A discussão daquela votação da viagem do Vice-Prefeito, e colocou a culpa neste Vereador. Essa não é a opinião do PT, não é a opinião do Vice-Prefeito, nem do Prefeito Tarso Genro, com quem já tive inúmeras conversas posteriores a esse fato. Lamento que o Ver. Adeli Sell, na baixeza do seu pronunciamento, venha trazer esse tipo de questão aqui. Lamento e peço desculpas aos meus Pares, aos que aqui assistem, e quero dizer a vocês que esse não é o comportamento normal dos Vereadores. Mas, às vezes, alguns não têm a capacidade política, a capacidade moral de manter um debate, uma discussão em um nível adequado. A minha história, a minha vida está à disposição da Cidade de Porto Alegre. E lamento, mais uma vez, que esse Vereador tenha usado de tão baixo comportamento. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, Ver. Adeli Sell, Ver. Raul Carrion. Eu não vou tomar partido nesta briga, mas o Ver. Raul Carrion tem um antecedente em relação a essa situação, não de ser um “Vereador xerox”, de copiar projetos.

Nós fizemos uma reunião das oposições: Ver. Sebastião Melo, Ver. Humberto Goulart, Ver. João Antonio Dib, Ver. Fernando Záchia, Ver. Paulo Brum, para discutir a situação do Montepio, da Previdência. E eu propus nessa reunião, havia uns vinte Vereadores, que pudéssemos apresentar uma emenda, parte minha, parte do Ver. Fernando Záchia, para que naquele artigo onde o Ver. João Antonio Dib indicava que, dentre os nove mais votados, o mais votado fosse o presidente da autarquia, propus, juntamente com o Ver. Fernando Záchia, que fizéssemos o contrário: os três mais votados formariam uma lista tríplice e iriam para a mesa do Sr. Prefeito. E o Ver. Fernando Záchia disse: não, vamos ampliar, vamos valorizar a Câmara. Enviamos esses três nomes para serem sabatinados na Câmara. Comentei com V. Ex.ª ou não, Ver. Estilac Xavier. Pois, para minha surpresa, o Ver. Raul Carrion apresentou uma emenda que falava disso. Então, eu não vou falar em detalhes, mas eu estava com isso guardado, Ver. Raul Carrion. Eu sei que é bom copiar as coisas boas. Eu copio as coisas boas. Sinto-me até enaltecido.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Raul Carrion.)

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: V. Ex.ª desconhecia também essa? Desconhecia que tratava dos “pipi-móveis”, V.Ex.ª desconhecia que tratávamos dessa situação toda?

Mas quero enaltecer V. Ex.ª. Como diz o Ver. Haroldo de Souza: “Na rádio, nada se cria; tudo se copia.”

Mas copiamos as coisas boas. O Ver. Aldacir Oliboni fala comigo todos os dias: “Vamos votar o meu Projeto.” Mas eu digo que não posso, pois o Ver. Haroldo de Souza apresentou o primeiro; o Ver. Aldacir Oliboni apresentou o segundo, mas o PSB passou os dois para trás, porque, enquanto vocês estão brigando aqui, o pobre já está comendo lá a um real! Não vamos votar nenhum. Os dois chuparam bala. Eu precisava fazer este registro, porque também fiquei muito chateado quando vi a minha Emenda assinada pelo Ver. Raul Carrion. E como não gosto de atropelar, não gosto de tomar uma posição que não seja aquilo que eu esteja pensando, que eu esteja projetando, querendo transitar por esta Casa, deixo aqui esse recado. O Ver. Estilac Xavier, habilmente, tenta apagar esse pequeno incêndio de relacionamento.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Ervino Besson dizendo que só quem poderia ajudá-lo seria uma santa.)

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Não. Só quem pode-nos salvar é o Jesus Cristo do Morro da Cruz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em 1ª Sessão de Pauta, o Substitutivo nº 01, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que altera o seu Projeto, que cria o Programa de Aproveitamento de Materiais de Construção nas Obras Civis. É um Projeto importante para a Cidade, porque todos nós sabemos que ainda existe grande desperdício de material no setor de construção civil. A qualidade total está chegando, mas ainda há muito desperdício de material. É um Projeto que deve ser estudado por esta Casa e executado pelo Executivo Municipal.

Um outro Projeto, de autoria do Ver. Humberto Goulart, institui o Cartão de Saúde para 3ª Idade. Quem acompanha o drama da saúde em Porto Alegre, verifica da oportunidade deste Projeto instituindo o Cartão Saúde, que dá a garantia, pela simples apresentação do Cartão Saúde, de atendimento pelo Sistema Único de Saúde. Queria cumprimentar o Ver. Humberto Goulart que tantos projetos de interesse da população vem apresentando, principalmente da população que tem dificuldade em ser atendida.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, eu gostaria que voltasse ao Projeto anterior e me dissesse como vai funcionar o Projeto do Ver. Almerindo Filho, porque, por mais boa vontade que eu tenha, eu não entendi.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ele não especifica a forma, mas o Executivo Municipal, por meio dos órgãos competentes, poderá fazer o decreto regulamentando e instituindo a forma de aproveitamento. A idéia é muito importante para Porto Alegre, porque temos pessoas que não têm condições de adquirir material de construção e existem inúmeras sobras de material nas obras em andamento em Porto Alegre, tanto na construção civil como nas próprias obras da Prefeitura. Esses materiais podem ser muito bem aproveitados.

 

O Sr. Humberto Goulart: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, eu agradeço a V. Ex.ª por me conceder um aparte.

Agradeço a V. Ex.ª pelo seu interesse por este Projeto, porque é um Projeto que vai beneficiar a 3ª idade e não vai onerar ninguém. A maioria dos projetos sempre tem uma oneração, mas este não. Simplesmente, dá a garantia para um número que não passa de cento e trinta, cento e trinta e cinco mil pessoas, em uma população de um milhão e trezentas mil pessoas. As pessoas velhas têm dificuldades de caminhar e vão ao posto uma, duas, três vezes e voltam para casa sem o atendimento. Então se os colegas nos ajudarem a aprovar esta Lei, nós teremos sempre o atendimento para as pessoas que têm o maior número de dificuldades, que são as pessoas velhas. Muito obrigado.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Parabéns, Vereador.

Com referência ao Projeto do Ver. Raul Carrion, sobre os banheiros públicos, eu vou dizer que sou testemunha do Ver. Adeli Sell a respeito da sua iniciativa já divulgada em um jornal. Aqui está o jornal, e inclusive o Ver. Adeli Sell foi bem objetivo, ele já apresentou aqui o modelo do banheiro público a ser construído ou a ser adotado nos locais estratégicos em Porto Alegre. Ver. Adeli Sell, o problema é que, às vezes, a Prefeitura não tem interesse de atender aos reclamos desta Câmara Municipal. Eu vejo que, muitas vezes, nós fizemos pedido de providência, lançamos idéias sensacionais, objetivas, e o Prefeito faz ouvidos moucos, não atende à Câmara, não atende às nossas sugestões. Eu pensei, Vereador, que isso ocorresse só com as sugestões da oposição, mas vejo também que ocorre com sugestões de Vereadores da situação. Eu lamento e desaprovo essa atitude do Executivo Municipal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para discutir a Pauta. Ausente. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nesta tarde em que a Casa, acaloradamente, discute iniciativas de proposições, um fato ficou num segundo plano no debate, e eu penso que ele teria de ser elevado a um primeiro plano. O Ver. Adeli Sell, na sua manifestação, fala da necessidade de se criar uma instância intermediária, aqui na Casa, entre o projeto de lei legislativo e pedido de providências. Tem razão o Ver. Adeli Sell, porque o pedido de providências, que foi instrumento de trabalho extremamente valioso - Ver. Ervino Besson, até V. Ex.ª, quando por aqui passou, na outra ocasião, se valia com intensidade dele, e o Ver. João Antonio Dib sabe que eu me valia muito desse pedido de providências -, perdeu a razão de ser. Ontem, eu estava vendo uma resposta a um pedido de providências que eu fiz - e eu raramente faço -, extremamente fundamentado, com fotografias do local, detalhes técnicos a respeito do assunto, e me deram como resposta, pura e simplesmente, de que não estava priorizado, porque o Município não tem recursos para atender a todas às reivindicações que surgem, então ele delega ao Orçamento Participativo para que estabeleça as prioridades. E aí nós ficamos “seguros no pincel”, Ver. Haroldo de Souza, e por isso surge a necessidade de entrar com o projeto de lei, que, pelo menos, não podem nos mandar a resposta de que não vão cumprir a lei - e eles não vão cumprir mesmo, Ver. João Antonio Dib -, mas pelo menos não podem mandar dizer que não vão cumprir a lei, porque tem de ser mandado para o Orçamento Participativo. Não vão cumprir a lei como não cumprem a lei que regulamentou e oficializou a Semana Farroupilha no Município de Porto Alegre, que determina uma série de obrigações ao Município, que não são cumpridas; não cumprem a lei, como não a cumprem com relação à linha de táxi-lotação para a Restinga, para o Parque dos Mayas, e como daqui a alguns dias não vão cumprir essa lei, que eu creio que vai ser aprovada aqui, de autoria do Ver. Sebastião Melo, a respeito da lotação para o Bairro Belém Novo.

Mas nem tudo são tristezas, eu tenho aqui, hoje, um exemplo bem ao contrário dessa situação que foi narrada pelo Ver. Adeli Sell, que foi contestada pelo Ver. Raul Carrion e enfatizada pelo Ver. João Bosco Vaz. Hoje, por exemplo, tenho até que cumprimentar o Ver. Humberto Goulart; eu vim à tribuna para falar a respeito de um projeto de sua autoria e estranhei que o Centro de Cultura Lupicínio Rodrigues não tivesse oficialmente denominado. E busquei me informar e verificamos que, efetivamente, estava denominado por uma lei de 1986. Lá se vão quinze anos! Uma lei assinada pelo Dr. Alceu Collares e pela Dr.ª Neuza Canabarro, Secretária Municipal de Educação e Cultura, porque naquela época não tinha a Secretaria de Cultura. Logo no inicio do Governo Collares, foi denominado o Centro de Cultura, uma das muitas obras do Governo Guilherme Socias Villela, de Lupicínio Rodrigues, uma homenagem ao negrinho da Ilhota, o que ninguém contestou e todo mundo aplaudiu. O Ver. Humberto quase incorre num equívoco, buscando uma nova denominação, e, alertado por nós, sabiamente voltou atrás. Pediu-se que fosse sustada a tramitação do Projeto porque era flagrante a existência desse equívoco. Por isso é um bom exemplo.

Eu tenho outro exemplo aqui: na Legislatura passada, eu falei com o Ver. Isaac Ainhorn, ausente no momento, já esteve aqui conosco, está na Casa, sob a necessidade de vermos cumprido alguns dispositivos da Lei que acabávamos de aprovar, Ver. Almerindo Filho, acerca do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre. É que o art. 272 dessa Lei diz: “Considera equipamentos de segurança pública e define presídios e demais prédios e instalações vinculados ao sistema previdenciário do Estado”. E diz o art. 273: “O Município promulgará, junto aos órgãos de segurança pública, nos seus vários níveis de atuação, a elaboração de planos conjuntos, nos quais ficam estabelecidas as reservas de áreas para os equipamentos de que aqui se trata, sempre que possível utilizando como indutores a descentralização urbana”. Isso não foi feito. E, como não foi feito, a Cidade Intercap, há dois ou três anos, estava na iminência de ter um albergue estabelecido num lugar onde funcionou durante muito tempo a gráfica da Caixa Econômica do Estado. Diante desta iminência e do clamor dos moradores, juntamente, com o Ver. Isaac Ainhorn, discutimos o assunto e resolvemos o problema: em conjunto entramos com um projeto que estabelece limitações da possibilidade de se instalar estabelecimentos prisionais ou assemelhados em qualquer área da Cidade de Porto Alegre, estabelecendo, inclusive, regras, eles têm de ficar a um quilômetro de distância das escolas. Este Projeto, de certa forma, havia perdido atualidade Ver. Almerindo, e volta a tê-la agora.

 E sabe, Ver. Ervino Besson, que ele volta a ter atualidade agora, diante da reclamação dos moradores de Belém Novo a respeito da inadequada utilização do Nehita Ramos que o Governo do Estado pretende realizar.

Concluo, Sr. Presidente, dizendo que voltarei a este tema porque ele é, efetivamente, relevante e é uma prova, Ver. Isaac Ainhorn, de que é possível nós trabalharmos em conjunto, sem que ninguém busque a paternidade de idéias. A idéia é do povo de Porto Alegre, que precisa ver atendido a sua justa reivindicação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Sebastião Melo está com palavra para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, nós, quando preparamos os projetos e eles vêm a esta Pauta, trabalhamos em cima de cada um deles, muitas vezes tentando aprimorá-los com emendas. Mas eu quero elogiar o Ver. Haroldo de Souza por esse Projeto que visa homenagear o ex-Governador Synval Guazzelli, dando o seu nome ao conjunto Arquitetônico da Usina do Gasômetro. É uma iniciativa meritória, é uma iniciativa de um homem que teve uma vida lisa, uma vida de muitos amigos, um homem que deixou um legado, Ver. João Antonio Dib, na sua vida política.

Ver. Humberto Goulart, eu iria falar porque há pouco vi o Ver. Léo Meira, que brigou muito pelo cartão saúde. E agora vejo o seu Projeto que institui o cartão-saúde para a terceira idade.

Então, eu lembrei há pouco desse problema todo e também acho que devemos nos preocupar. Não sabemos mais se é terceira idade, se é a melhor idade, se é a maioridade ou a maturidade. Mas é um público alvo que precisa ser trabalhado, um público que precisa de carinho, que precisa de orientação; são pessoas que, muitas vezes, são abandonadas pelas suas famílias; pessoas que, na maioria das vezes, são jogadas pelos próprios familiares nesses depósitos de gente que temos por aí.

Então, a preocupação de V. Ex.ª, como médico, como Vereador, quero enaltecer nesta tribuna, pois essas pessoas que já contribuíram, que já fizeram parte da mão-de-obra deste País, merecem esse seu trabalho e esta homenagem.

Portanto, senhoras e senhores, queria me pronunciar sobre esses dois Projetos, o Projeto do Ver. Haroldo de Souza e o Projeto do Ver. Humberto Goulart. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Encerrada a Pauta.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, primeiramente quero dizer ao meu querido amigo Ver. João Bosco Vaz – e já o disse pessoalmente - que nós vamos ratificar o nosso pedido de audiência pública; já falei com o CONSEPRO de Belém Novo, Vereador, para que nós possamos, num outro momento, fazer esse debate.

Mas quero dizer a V. Ex.ª que, inclusive, o Ver. Ervino Besson, da sua Bancada, esteve presente lá, havia sete Vereadores, numa reunião que contou com setecentas pessoas e foi uma das reuniões mais calorosas, desses sete meses de mandato.

Quero dizer também que esta é uma matéria altamente relevante para a comunidade de Belém Novo.

Eu creio que é importante ouvir o Governo, mas, se é tão importante ouvir o Governo, vou ouvir a comunidade e fazer esse confronto do debate na Casa do Povo, Correto?

Em segundo lugar, por falar em Belém Novo, quero socializar essa informação que, inclusive, foi matéria de uma notinha no Correio do Povo. Na semana passada, eu estive em Belém Novo, numa reunião, do Extremo Sul, do Conselho do Orçamento Participativo. E fui lá, Ver. Estilac Xavier, porque vários moradores da Estrada do Varejão, da Estrada do Lami, da Extrema, têm um debate muito intenso sobre a questão do transporte coletivo, porque há transbordo em Belém Novo, as linhas não funcionam direito, não têm horário mais amiúde, e o Conselho do Orçamento Participativo, então, fez uma reunião com a comunidade especificamente para tratar sobre as mudanças de itinerário das linhas de ônibus do Extremo Sul. E este Vereador que vai em toda e qualquer reunião, e é muito bem recebido, foi lá, havia umas cento e cinqüenta pessoas, na capatazia do DMLU, o Sr. Mário Leite coordenou a reunião, que é Conselheiro do Orçamento Participativo, disse para que se tratava aquela reunião, e, logo em seguida, dois técnicos da EPTC fizeram as suas exposições sobre as mudanças dos itinerários, e o que é que pretendem fazer naquela região. Logo, em seguida, o coordenador dos trabalhos disse: “Estão abertas as inscrições.” E eu levantei o dedo e disse: “Sou um dos inscritos.” Várias pessoas se inscreveram, e o Conselheiro do Orçamento Participativo não aceitava a inscrição deste Vereador. Então, eu disse a ele: “Quero-me inscrever para tratar do assunto e quero colaborar com este tema.” Aí o Conselheiro disse: “Não, o senhor não pode falar na reunião do Orçamento Participativo. O senhor é Vereador, mas não pode falar aqui.” Eu, então, disse: “Olha, Sr. Conselheiro, eu estou Vereador, mas, na verdade, sou um cidadão de Porto Alegre, e é alardeado, nos meios de comunicações, que o cidadão de Porto Alegre tem direito a participar das assembléias do Orçamento Participativo. Pois, estou aqui, em nome deste cidadão, para dizer que quero colaborar.” Aí, levantou-se outro cidadão e disse: “Já que o Vereador está aqui e a população quer que ele fale, então vamos colocar isso em votação para ver se ele pode falar.” Levantou-se outro cidadão e disse: “Mas não pode o povo em geral votar, não pode. Vão votar somente os Conselheiros.” Vinte e seis Conselheiros votaram. Destes, 14 votaram para que eu não falasse e 12 disseram que sim, que eu poderia falar.

Portanto, este Vereador não pôde falar na reunião do Orçamento Participativo.

Quero socializar isto, Ver. Estilac Xavier, porque não sou contra o Orçamento Participativo, mas vejam a incoerência. Aquilo que estava sendo tratado lá diz respeito a temas que vêm para esta Casa para que os Vereadores decidam depois. Então, a democracia participativa não pode colidir com a democracia representativa. Se o Vereador que vai votar, aqui, a mudança do itinerário, ou vai votar um projeto de lei que o Orçamento decide para o Extremo Sul, ou para a Zona Norte, ou para a Zona Leste, não pode participar do debate... Desculpem-me, mas isso está completamente errado e me faz fazer profundas reflexões de quem tem convicção popular, de quem apoia o movimento popular, mas eu penso que isso está errado. Eu estou enviando ao Sr. Prefeito um questionamento sobre essa matéria, porque não há nenhum fundamento, absolutamente, no fato de um Vereador não poder participar das reunião do Orçamento Participativo com direito a voz. Eu não estou dizendo, Ver. João Antonio Dib, que temos de votar lá, mas temos de ter direito a voz. E, mais do que isso, lá havia cento e cinqüenta pessoas que, na verdade, foram para lá, à noite, com o seu carrinho, de ônibus, que também não podiam falar, porque, simplesmente, só quem pode falar é o conselheiro do Orçamento Participativo.

Então, eu penso que isso não está correto. Esta Casa, Ver. Isaac Ainhorn, V. Ex.ª que trabalha nessa matéria há muito tempo, em boa hora, tem de regulamentar esse Orçamento Participativo. Este Projeto de V. Ex.ª é um projeto que tem de vir à tona, deve ser discutido com a sociedade e aperfeiçoado frente à Lei de Responsabilidade Fiscal.

Portanto, esta Casa, que é a Casa do estuário da vontade popular, não pode concordar com a lógica de que Vereador não tem assento, não tem voz nas reuniões do Orçamento Participativo. Apenas, quis coletivizar essa preocupação, Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, distintos cidadãos e cidadãs que assistem a esta Sessão plenária, que hoje prevê, inclusive, a votação, em 2º turno, do Projeto sobre a questão do saneamento e das águas.

Quero falar sobre duas questões que são para reflexão. Primeiro, quero dizer da minha posição e da minha Bancada a respeito dos pronunciamentos feitos pelo Ver. Adeli Sell. Essa não é a posição do meu Partido e não representa, sequer, qualquer tipo de possibilidade que venha a criar constrangimento na relação que nós temos com o Partido Comunista do Brasil, que é membro da Frente que governa a Cidade de Porto Alegre. E eu quero fazer, também, uma consideração a respeito do que foi dito aqui, tentando criar-se um clima em que o Ver. Raul Carrion, um Vereador militante, trabalhador, aguerrido defensor das suas idéias aqui, esteja copiando projetos.

Eu quero dizer que a idéia daquela Emenda ao Projeto da Previdência que tratava da composição do Conselho de Administração, Ver. João Bosco, é da minha Bancada - e eu não participei das reuniões das oposições para tratar disso.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz, fora do microfone.)

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Qual é o problema? V. Ex.as sabem que, inclusive, nós temos discordância de mérito com a forma como estava sendo composta aquela proposição. O Ver. Raul Carrion apenas, militantemente, fez passar pelas suas mãos uma Emenda que representava uma posição que nós estávamos defendendo nas discussões que fizemos aqui no Plenário.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz, fora do microfone.)

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Não, não acertou, Ver. João Bosco Vaz, porque eu falei com todos os Vereadores sobre essa matéria. Inclusive, informei V. Ex.ª de que o Ver. Raul Carrion tinha feito aquilo a pedido, diligentemente atendido por ele nesse assunto.

Eu gostaria de registrar, pela amizade que tenho com todos os Vereadores e pelo respeito que tenho por todos, inclusive por meu amigo e companheiro, Ver. Adeli Sell, meu candidato do Partido nas questões internas, meu parceiro - nós temos outros candidatos da nossa Bancada, como os Vereadores Aldacir Oliboni, Marcelo Danéris, participando das nossas questões internas - que, nós deveríamos ter maior cautela no debate sobre apropriação e autoria de Projetos. Eu mesmo vi Projetos que eu pensava ser interessante apresentar, aqui, sendo apresentados por outros Vereadores. Fiquei quieto, porque eu não sei se seriam cópias. E se fosse? E se deixasse de ser? Eu penso ser muito ruim, para o Plenário, esse debate.

No tempo que me resta, quero falar sobre a exposição do Ver. Sebastião Melo. O Ver. Sebastião Melo, da história, contou uma parte. A reunião que havia lá em Belém era o Fórum dos Delegados do Orçamento Participativo, cuja participação é dos delegados, que, de acordo com o Regimento, reúnem-se para organizar os trabalhos. Só falam os delegados, que estavam lá para ouvir a exposição da EPTC a respeito da questão dos transportes. O Vereador tem uma opinião sobre isso e pediu a palavra. As reuniões para organizar não são abertas ao público, porque é o fórum de delegados, que estão recebendo as informações. É restrito àquele fórum. Não quero nem comparar, Ver. Sebastião Melo, mas seria a mesma coisa, agora, que a platéia resolvesse pegar o microfone e vir aqui falar numa Sessão plenária. Tem um Regimento que estabelece essa fala. V. Ex.ª, pelo que eu sei, está convidado a participar num outro momento lá, como convidado. Então, respeitemos as instâncias e os seus regimentos. Encaminhará erradamente o seu ofício se mandar ao Sr. Prefeito falando sobre isso. V. Ex.ª, Ver. Sebastião Melo, tem de mandar para o Conselho do Orçamento Participativo, que é o responsável pelas regras que, autonomamente, são estabelecidas para o funcionamento do Orçamento Participativo. Se mandar a carta para o Sr. Prefeito, o máximo que V. Ex.ª obterá dele será a solidariedade. Agora, a efetiva audiência e a alteração, se for o caso, é para os trinta e dois Conselheiros das regiões e mais as regiões temáticas, cujo endereço está disponível na Internet, e se não for o caso, eu também disponho, como é público, do endereço de cada Conselheiro para que V. Ex.ª possa fazer a sua colocação.

Para concluir, Sr. Presidente, ficam aqui duas questões. A primeira é que a Frente Popular está, mais do que nunca, unida aqui, junto com os outros Srs. Vereadores, para o bem da Cidade. Em segundo lugar, o Orçamento Participativo, na fala do próprio Ver. Sebastião Melo, é autônomo do Governo e faz as suas próprias regras. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, sábado, houve uma reunião que eu entendo muito produtiva, onde se encontravam o Sr. Prefeito Municipal, o Vice-Prefeito, vários Vereadores, representantes da agricultura do nosso Município, a maior área agrícola, rural das capitais do Brasil. Chamo a atenção para algumas coisas e tenho certeza de que esta Casa dará a contribuição necessária para a criação dessa Secretaria.

Naquela oportunidade, sentimos a grande vontade, e vimos a exposição dos produtos daqueles produtores da Zona Sul da nossa Cidade, que hoje tem a maior área identificada com a agricultura. Sentimos lá o Vice-Prefeito ainda magoado com aquela possibilidade que nós lhe tiramos, culpa do Ver. Raul Carrion, que fez aquela confusão no Plenário, e aí ele foi impossibilitado de viajar. Mas ainda está magoado, e eu disse para ele, depois, que quando chegar a esta Casa um projeto para a criação da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, nós vamos estudar com a maior tranqüilidade. Até porque - muita gente não sabe - eu trabalhei quinze anos numa cooperativa e já tenho citado vários exemplos do porquê dessas mudanças de cultura e de plantio no Brasil. Quando numa década é soja, na outra é trigo, na outra é linho, na outra é arroz, e assim vai. E nós estamos aí num País imenso, num território imenso e não temos essa cultura.

Então, é importante que, se chegar aqui esse projeto, depois de oito anos de luta dos produtores daquela região, tenho certeza de que esta Casa dará a contribuição, colocará as emendas suficientes para aprimorar, aperfeiçoar esse projeto. Até porque eu entendo que não basta fazer a Secretaria de Agricultura, tem que dar incentivos, orientação, cuidado com o solo, fornecimento de sementes, toda a estrutura necessária para que esse pequeno e microprodutor possa realmente ter condições de exercer com tranqüilidade, inteligência e sabedoria, mas auxiliado, não basta dar terras. Eu já vi muita gente ganhar terra, sou de uma região de latifundiários, que ganharam terras através de heranças e botaram tudo fora, nunca plantaram. Então, tem que dar orientação para que possam preservar aquele solo e para que possam continuar.

Então, eu entendo que, quando chegar esse projeto na Casa - é claro, que todo projeto não vem pronto, nem definitivo -, ele tem que ser concretizado aqui neste Plenário, com a ajuda dos Vereadores, com a ajuda, quem sabe, até da comunidade, Ver. Ervino Besson. Os produtores vão vir aqui e dar a sua contribuição. Não se coloca de cima para baixo, pressionando, e sim, coordenando, auxiliando, elaborando junto com a comunidade. Lá, tinha a dos pescadores, enfim, várias entidades representativas. Nós saímos de lá um pouco apreensivos, mas, ao mesmo tempo, com o objetivo de colaborar nesse sentido.

Até o Vice-Prefeito usou a seguinte frase: “Não temos a certeza se a Casa dará o auxílio necessário.”

Aí, eu fui lá e disse a ele que ficasse tranqüilo, pois se for um projeto enxuto, com maior tranqüilidade esta Casa aprovará, mas colocará, sim, a possibilidade de alguma mudança, de acrescentar alguns itens que possam beneficiar os produtores da região e da Grande Porto Alegre.

Então, nesse aspecto, tenho certeza de que esta Casa dará a tranqüilidade, temos vários Vereadores que entendem um pouco da matéria. Recentemente, tivemos aqui o Projeto dos funcionários públicos municipais, onde esta Casa amplamente participou, com vários projetos, inclusive com o Substitutivo nº 02, que auxiliou muito o Relator, Ver. João Antonio Dib, e o nº 01, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, e assim por diante. Nós fizemos aqui uma colaboração, uma união de forças para chegar perto daquilo que entendemos - mas nunca é e nunca chega-se a ela - como a perfeição.

Gostaria de pedir à Mesa, ao Presidente, neste momento em que se debate o Orçamento Participativo, que não é para rivalizar, não é para concorrer, mas tenho um projeto para a Mesa, que é o Fórum Democrático Municipal, que dará a possibilidade às entidades de bairro de participar. Houve uma pessoa que foi numa reunião de bairro, em que uma pessoa representa o bairro, e foi lá dizer que nós aqui não aprovamos o Orçamento Participativo. Não aprovamos a expressão Orçamento Participativo, mas a LDO foi aprovada por esta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Ver. João Dib, Ver. Pedro Américo Leal, por que essa referência direta a esses Vereadores? Porque são os mais antigos desta Casa e, evidentemente, não se surpreendem com algumas coisas que aqui acontecem. Nós estamos num início de Legislatura, e é natural que alguns espaços a serem preenchidos ou a serem complementados por algum dos Vereadores no exercício da sua atividade possam, aqui ou acolá, entrar em litígio.

Eu não participo dessa discussão; eu quero fazer uma coisa de peito aberto, de forma transparente, como tenho procurado fazer com que todos os meus atos nesta Casa sejam.

Ver. Sebastião Melo, quero falar a V. Ex.ª, que é um dos jovens Vereadores desta Casa, em primeira Legislatura, que tem, com muito denodo, buscado cumprir o seu mandato parlamentar. V. Ex.ª tem o direito de escolher a opção de estratégia que julgar oportuna, só que, como seu amigo, quero-lhe dar um conselho: V. Ex.ª não tem o direito de ser ingênuo. Então, V. Ex.ª vai lá na reunião do Orçamento Participativo, e quer ser ouvido? Ora, Vereador, será que V. Ex.ª pode ter dúvidas de que aquilo não foi feito para V. Ex.ª? Que aquilo é um aparelho devidamente montado? Peça algumas informações ao Ver. Pedro Américo Leal, que já dissecou esse assunto à exaustão aqui na Casa. Temos que cumprir o nosso aqui, e dentro dos mecanismo que dispomos. Temos que acabar com esse achatamento, essa diminuição, Ver. Isaac Ainhorn, da legítima representação popular no Município de Porto Alegre, aquela que é fruto do voto universal, fruto das urnas, que garante, inclusive a pluralidade da Casa. Onde todos que tem representação podem falar. Todas as correntes. Às vezes até pode falar, dizendo coisa que não gostamos, que às vezes gostaríamos que não constasse nos Anais da Casa, mas é um direito legítimo da representação popular. Não há outra alternativa. É um direito legítimo da representação popular, Ver. João Antonio Dib, que todas as correntes se façam ouvir nesta Casa. Evidentemente, que há uma censura lícita no momento em que nós, seletivamente ouvimos com mais atenção, ou menos atenção aquilo que realmente julgamos oportuno e adequado ser tratado nesta Casa. Agora, naquele aparelho, Ver. Sebastião Melo, para um moço independente como V. Ex.ª, que ousa inclusive divergir até do seu partido, não tem vez. Aquilo é um aparelho, é para fazer um jogo de cena para a Cidade de Porto Alegre.

Ver.ª Sofia Cavedon, desculpe-me, mas aquilo é para enfatizar uma participação popular que é enganosa. Aquele não é o Orçamento Participativo, eu já disse desta tribuna, aquele é um orçamento enganativo. É com aquilo, Ver.ª Maria Celeste, que passamos para o Estado do Rio Grande do Sul uma idéia de que aqui somos a capital da participação popular. E quando esta Casa, na sua soberania, vota uma lei prevendo um referendo para sua execução, levantam-se os brados, os mais eloqüentes possíveis, não faltando inclusive ser acoimada de inconstitucional a decisão soberana desta Casa.

Por isso, Ver. Sebastião Melo, eu quero que V. Ex.ª continue a sua caminhada, brilhante, diga-se de passagem, grande início! Só não peque no seu idealismo, na sua autenticidade; não peque pela ingenuidade. Não acredite que Vereador tenha vez nos aparelhos do Orçamento Participativo, porque não tem. Orçamento Participativo é propriedade exclusiva do PT e de seus aliados. Nós estamos fora disso. E querer insistir em participar desse aparelho é, na melhor das hipóteses, ingenuidade. E, como eu sei que V. Ex.ª não é ingênuo, pode-se equivocar uma vez, mas não se equivocar duas.

Volte para a sua tribuna, porque aqui vamos fazer a verdadeira representação popular, honrando o voto soberano que o povo nos deu para o total desse sodalício, onde todas as vozes podem ser ouvidas e não o são, às vezes, até, com a nossa discordância. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Ver. Reginaldo Pujol, quero dizer a V. Ex.ª que ainda me surpreendo nesta Casa. E, hoje, fui surpreendido com a intervenção do nobre Líder do PT, Ver. Estilac Xavier.

Eu sou um homem extremamente simples que acredita na simplicidade, por exemplo, na simplicidade da Lei Orgânica, a qual juramos cumprir, inclusive o Ver. Estilac Xavier. Eu pergunto o que é esse tal de Orçamento Participativo? Que instrumento diabólico que é esse tal de Orçamento Participativo, que tenta diminuir o Legislativo Municipal, eu faço mais uma pergunta: se o Prefeito, ou o Secretário da Administração, estivesse lá, ele falaria ou não falaria? Falaria sim, e aí eu olho a Lei Orgânica, que jurei cumprir, o Ver. Estilac Xavier, o Ver. Sebastião Melo, o Ver. Pedro Américo Leal, o Ver. Reginaldo Pujol, todos nós juramos, no Art. 70 diz assim: “Os Vereadores têm livre acesso aos órgãos da administração direta e indireta do Município, mesmo sem prévio aviso.” Eu chego no DMAE o Diretor deverá me receber, porque está escrito na Lei Orgânica, eu não preciso marcar nem nada, eu sei que se eu fosse ao DMAE eu seria recebido, mas, seu for na Secretaria do Transporte, o meu amigo Luiz Carlos Bertotto não me recebe, meu amigo. Que instrumento é esse que impede que um Vereador da Cidade, representante do povo, fale. Que diabólico instrumento é esse que tenta diminuir o Legislativo do Município! Que diabólico instrumento é esse que um Vereador, que representa o povo, tem que procurar para fazer um pedido de providência. Mas a Lei Orgânica vale o quê? Nós juramos, o Prefeito jurou, os Secretários juraram, os Procuradores juraram, vale o quê? Art. 70 da Lei Orgânica. É que, lá na Prefeitura eles não conhecem esse livrinho aqui, são risíveis as colocações da Prefeitura nas mensagens que chegam a esta Casa, o desconhecimento profundo da Lei Orgânica, ou então, eu digo que é desconhecimento, porque não quero pensar que seja um desrespeito profundo a Casa do Povo de Porto Alegre, mas nunca quiseram institucionalizar o Orçamento Participativo, por quê? Mas é um instrumento da Cidade! Viajam pelo mundo inteiro com esse instrumento. Mas, aí chega um Vereador, não pode falar. Pelo amor de Deus! A Lei Orgânica diz que um Vereador tem acesso a todos os órgãos do Município, e se essas pessoas se reúnem, respeito-as, mas se reúnem, fazem o Orçamento do Município, nós votamos, se nós votamos o Orçamento do Município, nós temos de falar, não posso entender, Ver. Estilac Xavier, que V. Ex.ª venha defender aqui o Orçamento Participativo, negando palavra para o Vereador, quando na Lei Orgânica consta que o Vereador tem acesso a todos os órgãos, Secretarias e instrumentos do Poder Público.

Agora eu vejo a minha querida Ver.ª Helena Bonumá aparvalhada: “olha, o Ver. João Antonio Dib dizendo que a Lei Orgânica está acima do Orçamento Participativo”. Mas V. Ex.ª também jurou a Lei Orgânica, não foi só eu. No dia 1º de janeiro de 2001, os trinta e três Vereadores e os suplentes, todos, juraram cumprir a Lei Orgânica que é maior que o Orçamento Participativo. Também aqui está o Orçamento Participativo que deveria, portanto, ser institucionalizado, mas o Município foge como o diabo foge da cruz, da institucionalização do Orçamento Participativo, porque aí terminariam essas barbaridades que ocorrem, em que o Vereador para conseguir atender a um pedido de providência da comunidade, a qual ele representa, ele tem de ir ao Orçamento Participativo. Que instrumento diabólico, Ver. Pedro Américo Leal. Saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no dia 10 de outubro, estará em Porto Alegre o cantor e roqueiro Eric Clapton. Aí vocês podem dizer: mas o que esse Vereador vem colocar? É que em 1998, nós tivemos a oportunidade de aprovar uma Lei, que foi aprovada por esta Casa, a qual prevê que todo e qualquer show internacional em Porto Alegre tem de ser precedido de músico local.

Em contato com a produção, ficamos sabendo que ainda não definiram qual a banda que vai fazer a abertura, mas é um show que, provavelmente, terá a presença de quarenta a cinqüenta mil pessoas, como tem ocorrido nos demais países, onde ele tem feito essa apresentação, sendo que o ingresso custa de 40 a 50 reais. Queremos, mais uma vez, é o cumprimento da Lei, que até agora não foi regulamentada. Existe a discussão dentro do próprio Município, mas já vamos dizer aqui, antecipadamente, para que não ocorra um problema, ou seja, caso a banda liderada pelo cantor Eric Clapton em Porto Alegre começar o seu show sem uma banda local, este Vereador vai entrar com recurso solicitando a aplicação da lei. A aplicação da lei é bem clara: 10% da arrecadação da bilheteria. E isso vai passar para os cofres municipais. O espírito da lei não foi multar, o objetivo, na época da proposição da lei, é estimular bandas de Porto Alegre, há uma série de bandas locais de excelente qualidade, que poderão fazer a abertura desse tipo de evento. É importante a comunidade que nos assiste saber que esse Projeto de Lei, na época em que ele foi concebido, ele foi muito discutido aqui em Porto Alegre, bastante criticado. Essa Lei se aplica somente a locais com capacidade acima de duas mil pessoas. Essa Lei não se aplica, por exemplo, aos teatros da nossa Cidade, porque entendemos que há no teatro dificuldades, principalmente na questão de palco, colocar uma aparelhagem e logo em seguida a outra. Não é o caso desses megashows, onde, normalmente, as pessoas começam a entrar no local por volta de 16, 17 horas quando o show começa lá pelas 21 horas. Estamos solicitando que a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio faça uma fiscalização efetiva, cobre dos organizadores o cumprimento da lei. Entendemos que é mais do que justo e merecido que as bandas locais possam fazer a abertura.

Volto a dizer que na oportunidade em que foi discutido esse Projeto a grande maioria das bandas consultadas, de expressão nacional e internacional, disseram que não viam nenhuma maneira contrária ao Projeto porque entendiam que quatro ou cinco horas antes da abertura principal seria uma boa oportunidade para dar uma possibilidade de entretenimento àquele público que fica lá todo esse tempo.

Queremos dizer, então, que no dia 10 de outubro estaremos atentos, convocamos os Vereadores par que fiquem atentos porque entendemos que aqui nesta Casa se fazem muitas leis. Mas, muitas vezes, essas leis não são regulamentadas ou têm dificuldades para o seu cumprimento. Eu volto a dizer: caso até o dia 10 de outubro não saia a regulamentação, este Vereador não vai ter nenhum constrangimento de ingressar com uma ação pública para que os organizadores repassem a multa de 10% sob a arrecadação da bilheteria, que prevê a Lei aprovada nesta Casa em 1998. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, V. Ex.ª sabe que eu sou muito criterioso nessas situações. Mas, como hoje transcorre o Dia Nacional do Corretor de Imóveis, eu peço a V. Ex.ª determine que se consigne em Ata este registro que estamos fazendo em uma homenagem a essa laboriosa classe.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Consignado em Ata a homenagem do Ver. Reginaldo Pujol ao Dia do Corretor de Imóveis.

Havendo quorum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

A SRA. HELENA BONUMÁ (Requerimento): Requeiro que iniciemos o processo de votação ao Veto Total ao Projeto de Lei do Legislativo nº 037/01. Em seguida apreciemos o PELO nº 003/01 e depois manteríamos a mesma ordem que trabalhamos na semana passada: PLL nº 031/00, PLL nº 064/00, PLL nº 184/00, PLL nº 208/00, PLL nº 065/01 e acrescentando o PLL nº 036/01 e o PR nº 042/01

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr. Presidente nós temos uma outra formulação.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Vereador, nós temos de votar primeiro o Requerimento da Ver.ª Helena Bonumá.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Mas eu quero explicitá-lo. Nós temos um Projeto de nossa autoria, que acho importante para esta Casa, que é a senha que dá acesso às informações do Executivo, que é o PLL nº 036/01. E a nossa proposta é no sentido de que fosse o Veto, a questão da água e depois entrasse o nosso Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Requerimento do Ver. Sebastião Melo é que seja votado o Veto Total ao PLL nº 037/01, PELO nº 003/01 e o PLL nº 036/01.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: O resto concordo com a Ver.ª Helena Bonumá.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Votamos inicialmente o Requerimento da Ver.ª Helena Bonumá. Sendo aprovado esses, prejudica o do Ver. Sebastião Melo.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar o Requerimento de autoria do Ver.ª Helena Bonumá.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho a esperança de que enquanto me encontro na tribuna que se faça o consenso em torno dessa matéria. Afinal, essa lista proposta pela Ver.ª Helena Bonumá nos foi apresenta bem antes de nós entrarmos na Ordem do Dia, e nós pedimos à Vereadora que nos desse uma única compensação: a inclusão do Projeto do Ver. Sebastião Melo, porque ele tem razão, há muito tempo se encontra na Ordem do Dia para ser votado e não é enfrentado.

Então, nós não estamos pedindo muito. Se solicitarmos, em uma relação de dez Projeto que a Liderança do PT, através da Ver.ª Helena Bonumá, que desde o ano passado articula a constituição dessa ordem das votações, nós pedimos a inclusão de um Projeto. Só que nós não queremos que esse único Projeto que estamos solicitando seja colocado em décimo lugar, porque nós não somos ingênuos, e sabemos que o Projeto que está em décimo lugar não vai ser votado no dia de hoje e voltará na quarta-feira de novo a discussão. Nós teríamos a expectativa de que, pelo menos o Projeto do Ver. Sebastião Melo pudesse ser votado hoje, já que o Projeto do Ver. Haroldo de Souza, mais uma vez, não vai ser votado. Vários projetos estão aí represados.

Então, vamos votar hoje um Projeto, um Veto - obrigação regimental -, que ele seja discutido e votado, prioritariamente, depois vamos complementar a votação de uma matéria de interesse da Liderança do Partido dos Trabalhadores, um Projeto que já foi discutido e votado no 1º turno e hoje será votado em 2º turno e, depois, pretendíamos, nós mortais, da Bancada do PFL, da Bancada do PMDB e, provavelmente da Bancada do PDT, nós queremos, Ver. Cassiá Carpes, poder votar o Projeto do Ver. Sebastião Melo.

Por isso, Sr. Presidente, como essa é a única diferença, eu pondero o seguinte: que houvesse a possibilidade de um concerto, ainda agora, nós não teríamos necessidade de estar aqui discutindo e muito menos de ter de votar contrário ao Requerimento da Ver.ª Helena Bonumá, para depois aprovar um segundo Requerimento, que é o de V. Ex.ª, com apenas uma alteração. Se V. Ex.ª me der a possibilidade de fazermos essa composição verdadeira, apenas a inclusão do Projeto do companheiro, Ver. Sebastião Melo, em terceiro lugar, dentro de toda a ordem que V. Ex.ª estabeleceu, eu, com o maior prazer, com a maior satisfação, votaria a favor do Requerimento de V. Ex.ª e não estaria sequer discutindo. Era isso, Sr. Presidente, com o apelo que faço ao verdadeiro entendimento das Lideranças, que permita um encaminhamento tranqüilo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, de forma muito rápida, Ver. Reginaldo Pujol, venho a esta tribuna para justificar esse Requerimento. O nosso Partido, através da nossa Liderança, tem dado acordo a todos os pedidos que o Governo faz para votar nesta Casa. Diariamente, quem faz acordo aqui e quem pede para votar projetos, geralmente, não é a oposição e sim o Governo, e nós aceitamos quase que diariamente, Ver. Nereu D’Avila, esse pedido do Governo.

V. Ex.ªs sabem que eu tenho um posição pública e que este Projeto da senha é um projeto que apresentei na Legislatura passada, quando eu era Suplente de Vereador. Ele foi arquivado, eu melhorei o Projeto e, no dia 2 de janeiro, apresentei outro Projeto.

Este Projeto não é importante para o Ver. Sebastião Melo apenas, este Projeto é importante para que o Vereador tenha acesso, diariamente, à arrecadação do IPTU, à arrecadação do ITBI, à arrecadação do ISSQN, enfim, às despesas que o Governo faz. Vai facilitar a vida do Vereador, porque será disponibilizada, em todos os computadores desta Casa, uma senha para que o Vereador tenha acesso a essas informações, que são solicitadas pelo Vereador e que muitas vezes não chegam a esta Casa. Diariamente os Vereadores vêm a esta tribuna, como o Ver. João Antonio Dib e tantos outros, para dizer que os pedidos de informações não são respondidos para esta Casa.

Quero dizer que estranho muito, porque quando apresentei este Projeto o Ver. Estilac Xavier, um dos Vereadores que mais admiro nesta Casa, manifestou - e podemos buscar as notas taquigráficas - simpatia e apoio ao Projeto. Este Projeto estava na Pauta, ainda no semestre passado, para que pudéssemos votá-lo. A Liderança do Governo fez um apelo a este Vereador, porque o Secretário da Fazenda queria conversar comigo sobre o Projeto. Pois, usando o bom-senso, retirei o pedido de urgência e deixei mais um ou dois meses para que o Secretário da Fazenda viesse falar comigo. Até hoje ninguém do Governo veio tratar desta matéria. Sei que o Governo tem uma posição de mérito contra este Projeto, e mudou de posição, porque quando o apresentamos o Governo, através da sua Liderança, tinha uma posição favorável, até porque este Projeto é para dar informações aos Vereadores, numa cidade que se alardeia como sendo a de maior transparência, e que presta contas, em praça pública, das suas obras. Imagino que quem presta contas em praça pública, com banda, dizendo que a Administração é transparente, não sei por que tanto medo em fornecer aos Vereadores senha para termos acesso às informações do Governo.

Esta é uma questão para nós não menos importante. Este Vereador ainda não teve, nesta Legislatura, nenhum projeto que tenha ido à votação, e faço um apelo, especialmente aos Líderes de Governo, aos Líderes de oposição, para que possamos colocar este Projeto na ordem de votação e quem for a favor que vote a favor e quem for contra que vote contra, mas, enfim, queremos ver esta matéria discutida e votada nesta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para encaminhar o Requerimento de autoria da Ver.ª Helena Bonumá.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Governo, a partir das suas Bancadas, apresenta, em combinação com os demais Líderes, a ordem das votações. Não é só interesse do Governo ordenar as votação aqui. Há, também, os interesses dos Vereadores. Hoje, por exemplo, nós temos um Veto, se não for apreciado em tempo, tranca a Pauta, tranca a Ordem do Dia. Nós temos hoje a votação, do 2º turno, da Emenda à Lei Orgânica sobre a questão da exploração do serviço de água e esgoto.

O Ver. Sebastião Melo conversou comigo sobre esse assunto, e eu disse a ele que nós teríamos que conversar com a Bancada. Logo depois, ele começou a negociar com as Lideranças a respeito do seu Projeto de Lei sobre a senha de acesso ao sistema eletrônico. Ora, o Vereador quer passar à frente o seu Projeto de questões que já foram, inclusive, discutidas aqui e que há mais acúmulo para ser votado. Por exemplo, o PLL nº 031/00 do Ver. Pedro Américo Leal, a Câmara fez debate, foram posições favoráveis e contrárias; acumulou.

O Ver. João Bosco Vaz também fez uma proposição a respeito dos táxis e, inclusive, foram feitas sugestões aqui no Plenário que foram incorporadas com correções e Emendas, a pareceres que este Vereador deu na Comissão de Constituição e Justiça; acúmulo interno no Plenário. As questões relacionadas ao Ver. Carlos Alberto Garcia. O atendimento para entrar na discussão feito pelo Ver. Nereu D’Avila para o Projeto do Ver. Haroldo de Souza. Temos negociado todas essas questões para que pudessem estar na discussão também.

Portanto, a questão, que o Ver. Sebastião Melo coloca, não é menos importante que as outras e nem está mais tempo que uma ou que outra aqui, ela só não sofreu o devido crivo do debate. Por isso, não pode estar numa ordem de privilégio, ainda mais que ela está aqui por força do art. 81, porque se ouviu, se não me engano, só a Comissão de Constituição e Justiça. Não haveria a Comissão de Economia, Finanças e Orçamento de também ser ouvida numa matéria de tanta importância como essa, da qual já havia expressado a minha opinião favorável num projeto, que eu falei para o Vereador, que há comprometimentos do ponto de vista operacional? Isso não é aprovar e outro dia já sair, porque a disposição dos dados não permite. A regulamentação que possa vir, eventualmente, de uma lei, fruto desse projeto, pode não corresponder na regulamentação. Mas isso é questão de mérito. Alguém já discutiu isso? Nenhum dos Vereadores. Só a Comissão de Constituição e Justiça. Então, não é uma questão de preferência ou privilégio por um projeto “a” ou “b”, Ver. Sebastião Melo; a questão está relacionada, sim, ao acúmulo do debate produzido dentro da Casa. Ou se quer votar por votar e não construir uma solução? Porque bem sabe V. Ex.ª que vários itens, por exemplo, do § 2º do art. 1º - a Lei só tem dois artigos - são impossíveis de serem feitos. Então, eu volto a repetir: a ordem aqui feita não atende a interesses do Governo tão exclusivamente como foi colocado; atende a uma disposição construída com os Vereadores. Por exemplo: atende a pedido do Ver. Nereu D’Avila para se colocar na Ordem do Dia a questão dos restaurantes, atende às questões do Ver. João Bosco Vaz, do Ver. Antonio Hohlfeldt, do Ver. Ervino Besson, etc. Assim foi montada a nossa Ordem do Dia. Por isso, nós sustentamos que a melhor maneira de encaminhar e discutir o Projeto é pelos acúmulos feitos. Senão, não há critério. Matéria discutida não pode ser votada antes? Por que não? O critério é este: se a matéria foi examinada pelos Vereadores, supõe-se que ela esteja pronta para ser votada. E essa matéria não foi discutida pelos Vereadores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar o Requerimento da Ver.ª Helena Bonumá.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu passei toda a Legislatura passada reclamando das alterações freqüentes, diárias, na Ordem do Dia. Eventualmente a voz do Ver. Nereu D’Avila me apoiou. Mas, em todas as Sessões?! Nós até perdemos muito tempo. Estamos discutindo agora qual é a alteração que será feita. Esse material é feito com o dinheiro do povo, custa caro. Há projetos que estão aqui desde o começo do ano para serem votados. Eu não vejo por que, obrigatoriamente, temos de votar o Veto. Se votarmos o Veto, vamos chegar a votar coisa nenhum mais depois do Veto, porque não vai mais ter tempo. Mas, todas as vezes tem alteração. Tem dois Vetos, tem uma Emenda à Lei Orgânica, de autoria deste Vereador e sua Bancada, que quer reduzir o recesso na Casa do Povo de Porto Alegre. Por que não votarmos essa então? Está na frente, está há mais tempo, por que não essa?

Eu entendo que se queira votar, já em 2ª votação o Projeto do DMAE, porque é o momento que exige isso, então entendo que se altere. Não tenho nenhuma dúvida, porque não adianta fazermos essa votação quando tudo já estiver liqüidado. Portanto, é oportuna essa Emenda.

Agora, essas alterações, todas que querem ser feitas, sempre eu não consigo entender. Visualizo aqui que tem quase quarenta projetos na Ordem do Dia. Tem alguns que já foram discutidos por cinco ou seis Vereadores, por que não continuar a discussão desses projetos já que tiveram a sua discussão iniciada? Os Vereadores não são simpáticos? O Ver. Pedro Américo Leal tem um processo que é do ano passado, foi reativado agora, já foi discutido por seis Vereadores e não está-se falando na continuidade da discussão.

Então, é muito estranho que todas as Sessões tenhamos de perder tempo alterando a Ordem que é distribuída com o dinheiro do povo. Isso custa dinheiro, depois é jogado fora.

Então, venho mais uma vez reiterar a minha insatisfação, a minha contrariedade contra a permanente alteração na Ordem do Dia. Há casos, sim, que precisam ser alterados, uma emergência, uma urgência, a uma necessidade do Prefeito, a uma necessidade de um bairro, de uma comunidade. Tudo bem, altere-se! Mas todos os dias? Todas as nossas Sessões, fazer isso aqui? Discutir ainda? É muita perda de tempo e não há por que fazer todo esse material na Diretoria Legislativa para depois chegarmos aqui e não é o que nós queremos. Por que não fazemos antes, de manhã, no dia anterior, acertamos lá o que vai ser votado e fica tudo certo, tranqüilo. Não, mas temos que fazer aqui, começa a discutir uma Sessão, interrompe a Sessão, porque passou do horário, e na outra não continua a discussão. É muito mal organizado, é muita falta de atenção com os problemas da Cidade.

E eu não vou concordar mais nenhuma vez. Todas as vezes que pedirem para alterar a Ordem do Dia, se não tiver uma razão forte, eu vou vir a esta tribuna e dizer que é desorganização, que é desrespeito, que têm Vereadores que estão aqui de um ano para outro e não vêem os seus projetos votados, porque sempre tem alguém que tem interesse maior do que outro. Saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar Requerimento de autoria da Ver.ª Helena Bonumá.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, jamais me arvorei, nos anos que tenho nesta Casa, em Corregedor, definindo o critério certo ou errado. Mas cada um, como Vereador, tem exatamente essa faculdade de, acompanhando e com a sensibilidade de cada um, compreender qual é o caminho melhor para o equacionamento do bom andamento da Ordem do Dia.

Eu quero observar uma prática que se tornou comum aqui, que é a negociação. Eu respeito e tenho apreço, e sabem disso os Vereadores do PT, tenho apreço pessoal por muitos Vereadores de sua Bancada, mas há uma legislatura e mais oito meses, eu assisto a Ver.ª Helena Bonumá, uma Vereadora que merece todo o meu apreço e respeito, há quatro anos e oito meses, ela, sistematicamente, com competência, diga-se de passagem, organiza a Ordem do Dia de cada Sessão plenária. Até tem que ter competência, qualidade e sensibilidade para fazer isso. Então, na realidade, nós percebemos que, com muita qualidade, o Líder da Bancada, Estilac Xavier, delegou à Ver.ª Helena Bonumá a competência de organizar e dar a Ordem do Dia mais indicada para os interesses políticos do PT. E eu acho correto, o PT vem aqui e há projetos que ele tem interesse em votar e há outros que o PT não tem interesse em votar. E o que acontece? Sistematicamente, a Ver.ª Helena Bonumá assume a ofensiva na organização da ordem do Dia, não da regimental, Ver.ª Maristela Maffei, mas da Ordem do Dia real, e organiza e acaba conseguindo bem o seu intento. Agora, o que acontece é que há um prejuízo de qualidade nos debates, porque se votam os projetos menos importantes e aqueles com que vamos operar o debate, se operar a discussão, a controvérsia, e que o PT não tem interesse em discutir, vai-se empurrando com a barriga. E vez por outra, conseguem a adesão de alguns Vereadores da oposição, até porque há o interesse de verem contemplados alguns dos seus projetos que não gozam da antipatia do PT. Projeto, diga-se de passagem, não são pessoas, mais uma vez reitero a minha admiração e apreço a praticamente toda a Bancada do PT, com a qual, embora eu seja um oposicionista permanente, tenho tido uma relação de respeito e de admiração, e de um debate franco e leal com os Vereadores da Bancada do PT. Agora não dá, Ver.ª Helena Bonumá, para escamotearmos o debate de alguns projetos importantes. Eu sei que o projeto de conceder a senha para os Vereadores terem acesso à estrutura da disponibilidade ao sistema eletrônico de controle orçamentário da receita e despesa, não há interesse da bancada petista, não há interesse do Governo. Então o que ele faz? Vai jogando, empurrando com a barriga o Projeto até chegar ao dia 15 de dezembro, exercício findo, Vereador, e não se votou o Projeto. Ora, quem tem voto tem, e tem que votar. É contra o projeto? Rejeite-se o projeto. Debata o projeto e respeito a vontade final desta Casa. Eu mesmo, no ano passado, fiquei nove meses com o Projeto da regulamentação do Orçamento Participativo na Ordem do Dia. Não foi votado, porque não havia interesse da bancada petista, que ia empurrando com a barriga. Eu penso que chegou o momento de enfrentarmos, até para melhorar a qualidade da discussão e do debate. Vamos discutir o Projeto do Ver. Sebastião Melo. Vamos votar na proposta que encaminha como terceiro Projeto, até porque o veto é por lei, tem de ser contemplado imediatamente. O outro é um Projeto importante, e é um Projeto da bancada governista, e o terceiro de um Vereador de oposição. Se ganhar, ganhou; se perder, perdeu. Mas tem de sair discussão, debate e votação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Não havendo mais quem queira encaminhar, vamos votar o Requerimento de autoria da Ver.ª Helena Bonumá, que solicita que a ordem dos trabalhos seja a seguinte: PLL nº 037/01; PELO nº 003/01; PLL nº 031/01; PLL nº 064/00; PLL nº 184/00; PLL nº 208/00; PLL nº 065/01; PLL nº 036/01 e PR nº 042/01. Em votação nominal o Requerimento de autoria da Ver.ª Helena Bonumá, solicitada pelo Ver. Paulo Brum. (Pausa.) (Após a chamada.) REJEITADO por 11 votos SIM e 17 votos NÃO.

Requerimento de autoria do Ver. Sebastião Melo, que solicita que a ordem dos trabalhos seja a seguinte: PLL nº 037/01; PELO nº 003/01; PLL nº 036/01; PLL nº 031/00; PLL nº 064/00; PLL nº 184/00; PLL nº 208/00; PLL nº 065/01; PLL nº 036/01 e PR nº 042/01. Em votação nominal o Requerimento de autoria do Ver. Sebastião Melo, solicitada pelo Ver. Estilac Xavier. (Pausa.) (Após a chamada.) APROVADO por 15 votos SIM e 14 votos NÃO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1031/01 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 037/01, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Flávio Paul um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Jardim do Salso.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela manutenção do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- adiada a discussão por uma Sessão.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 26.8 – Domingo.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 037/01. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu quero, Ver. Isaac Ainhorn, simplesmente ler as razões do Veto. (Lê.)

 “Trata-se de justa homenagem, sem dúvida; porém, em que pese o envio equivocado, pela Secretaria do Planejamento Municipal, de croqui antigo a essa respeitável Casa, não é possível a denominação pretendida, tendo em vista que o suposto logradouro não-cadastrado, em questão, não é um logradouro de uso público, conforme dispõe o art. 6º da Lei Complementar nº 320/94, que dispõe sobre a denominação de logradouros públicos. A citada via fazia parte do traçado original do loteamento Jardim Guanabara, aprovado pelo Município em 1982; no entanto, o traçado do loteamento, por não ter sido registrado em cartório, perdeu a validade. Em vista disso, em 1995, por Resolução do Conselho Municipal do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, o traçado foi eliminado, provisoriamente, do Plano Diretor”.

Essas são, basicamente, as razões do Veto.

Saliento, em homenagem ao Ver. João Carlos Nedel, a quem, com freqüência, nós nos referimos como de dinamismo absoluto, na medida em que é uma das pessoas que maior número de proposições oferece, que ele, quando apresentou esse Projeto de Lei, Ver. Nereu D’Avila, tomou todas as providências que tinham de ser tomadas e recebeu, da Secretaria do Planejamento Municipal, com data de 11 de janeiro de 2001, informações cadastrais sobre o logradouro a ser denominado Rua A, I, Jardim Guanabara, Bairro Jardim do Salso. Condição do logradouro: logradouro não-cadastrado, denominado de acordo com a Lei Complementar nº 320/94, alterado pela Lei Complementar nº 412/98. Com esse documento, o Ver. João Carlos Nedel procurou familiares do Sr. Flávio Alberto Paul, recebeu a certidão de óbito, elaborou o Projeto de Lei, colheu assinaturas, apresentou a Lei no dia 28 de fevereiro, essa tramitou pela Casa, recebeu a aprovação de todas as Comissões e, depois, a aprovação unânime da Casa. Obviamente que o Ver. João Carlos Nedel, exultante, participou a várias pessoas esse fato - uma lei que havia sido votada unanimemente pelo Legislativo da Cidade. Foi à sanção do Sr. Prefeito e volta com esse Veto.

Eu pergunto, Ver. Pedro Américo Leal, V. Ex.ª que é um dos homens mais cordatos desta Casa, que é um dos parlamentares de maior tradição neste Estado, uma vez que, somado seu tempo na Assembléia Legislativa do Estado e na Câmara de Vereadores, certamente ninguém haverá de ter tanto tempo de serviços prestados à comunidade, com tanto brilho como V. Ex.ª tem: como pode este Legislativo agora consertar esse erro que não produziu? Esse erro do qual foi vítima? Esse erro que está inclusive criando essa situação da mais absoluta indisposição e constrangimento na Casa? Como pode? Se o próprio Executivo confessa o erro, diz que a alteração é provisória, e o que é provisório pode ser revisto, e a nossa decisão aqui não foi provisória, foi uma decisão definitiva!? Se conserto tem de ocorrer, Ver. Nereu D’Avila, certamente não o será nesta Casa! Esta Casa votou soberanamente um projeto de lei e, se não for acolhido esse voto, eu não vou querer mais votar nenhum projeto de lei denominando nome de rua, porque corro o risco de, depois de votar, não saber se votei certo ou se votei errado!

Concluo, com tristeza, Sr. Presidente, porque estou diante desse dilema! É absolutamente falso esse dilema, que nos foi imposto por um equívoco confessado do Executivo, que erra flagrantemente, induz a Casa ao erro e, agora, quer-nos impingir um conserto absolutamente inadequado! Quero, sinceramente, dizer que não sou um teimoso por natureza, espero que alguém me traga luzes neste debate, porque, ao natural, conforme já disse na Comissão de Constituição e Justiça, eu não tenho como acompanhar o Prefeito nesse Veto. Porque, se o fizer, estarei dando uma condição de ineficiência, de inoperância, de incapacidade jurídica, e, mais do que tudo, de absoluta desnecessidade desta Casa, que é acusada, Sr. Presidente, de ser uma Casa onde só se fazem leis de homenagens dando nomes a ruas.

E, agora, se aprovarmos este Veto, nem isso mais, Ver. Isaac Ainhorn! Nem nome de rua V. Ex.ª estará autorizado a conceder! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Não é este Presidente que está chamando a sua atenção, é apenas o Regimento da Casa, Vereador.

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir o Projeto de Lei do Legislativo nº 037/01.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, eu estou preocupado. Estou preocupado com a assessoria do Sr. Prefeito, que veta, equivocadamente, uma denominação de rua. Ele fala em suposto logradouro. Essa rua, Vereador, é asfaltada. Ela não é longa, tem, aproximadamente, 80 metros. É asfaltada, tem água, luz, telefone, não tem moradores. Por que não tem moradores, Ver. Juarez Pinheiro? Porque o morador que está ao lado é, exatamente, o hospital dos deficientes, a AACD, que, ontem, comemorou o seu primeiro aniversário; e, como não tinha nome na rua, colocou o seu endereço para a Avenida Cristiano Fischer. Essa rua é asfaltada, tem água, está tudo certinho, perfeito! O outro morador do bloco ao lado é o DEIC, Departamento de Investigações Criminais da Polícia do Estado, que, também, como a rua não tinha nome, colocou o seu endereço para a Av. Cristiano Fischer, ficando mais fácil de identificação. Mas a entrada dos prédios, tanto da AACD, um hospital moderníssimo, como do DEIC, é por essa Rua Flávio Paul. Então, o suposto não é verdade. Ver. Pedro Américo Leal, ele alega que a rua não foi doada ao Município e, por isso, não pode ter denominação. Estranho, estranho é o Prefeito fazendo investimento público numa rua que não é dele. Estamos aqui com o ilustre Diretor do DMAE, tem água lá, meus cumprimentos. Por quê? Há uma necessidade primária que o Município satisfaz. Então, existe a rua, é de uso público, asfaltada, entram e saem carros, sem nenhum problema. Eu estive lá ontem, e sexta-feira estive lá, tirei fotografias, essa rua existe, tudo certinho. O que alega o Prefeito é que houve alteração, que a ULBRA comprou aqueles terrenos próximos à CEEE, na frente da Vila Divinéia e que vai ter alterações. Pode ter alterações, sem nenhum problema, mas respeitem os logradouros, as ruas existentes. Muito natural! Ao lado dessa rua existe a Rua Aldo Menotti Sirângelo, devidamente legalizada, denominada e que faz parte do complexo do antigo loteamento Jardim Guanabara, tudo certinho, tudo denominado, tudo legal. Agora, implicam com essa rua, não dá para entender.

Outra coisa, o Sr. Prefeito alega que não foi feito abaixo-assinado, e cita o art. 1º da Lei Complementar nº 412, e cita erradamente. Esse artigo primeiro da Lei nº 412 se refere a alterações de denominação de logradouro; não é o caso, é a primeira denominação, não estamos fazendo nenhuma alteração, é a primeira denominação. Então, é por isso que estou preocupado com a assessoria do Sr. Prefeito que veta equivocadamente.

Bom, nós aqui fizemos o abaixo-assinado; como não há moradores, a Paróquia Nossa Senhora da Paz assumiu o compromisso e fez o abaixo-assinado. Tem vinte e nove assinaturas de moradores do entorno e mais umas trinta, um pouco mais afastado, que não pode ser considerado entorno, mas de ruas mais ou menos próximas.

Nós temos presentes alguns familiares e amigos do Sr. Flávio Paul, homenageado, os familiares já estão sabendo que essa rua foi denominada. Fica muito feio nós alterarmos agora por um Veto equivocado da assessoria do Sr. Prefeito. Eu lamento.

Então, nós aqui já derrubamos um Veto do Sr. Prefeito, de uma denominação do Ver. Renato Guimarães, porque não existia croqui, Ver. João Antonio Dib - e aqui está o croqui, e o Prefeito diz que o croqui é antigo. Vejam: 11 de janeiro de 2001. Por que o croqui é antigo? Não dá para entender. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLL nº 037/01.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou ser breve: o Prefeito tem um Projeto de Lei criando novos cargos de Procurador e eu disse que votaria favoravelmente, e votarei, é claro, porque eu tenho a grande esperança de que o Prefeito use a Procuradoria para as suas justificativas, as suas exposições de motivos. Veto só pode ser por inconstitucional a matéria ou contrário ao interesse público. E o Prefeito disse que veta baseado no inciso 3º do art. 94, que é competência privativa do Prefeito de vetar; e do § 1º do art. 77, que diz que só pode vetar se for contrário ao interesse público ou se for inconstitucional. Mas ele não disse que é contrário ao interesse público, não diz que é inconstitucional e não diz que é inorgânico, diz que tem méritos. A legislação brasileira é clara quando diz que se eu deixar uma passagem por mais de um ano e um dia aberta, eu não posso mais fechá-la. Agora, a rua está pavimentada; a rua tem acesso de veículos há muito mais de um ano. Agora é que o Prefeito descobriu que aquela Lei é equivocada, a que ele colocou, a Lei Complementar nº 412. Não tem moradores, não pode ter abaixo-assinado. O Ver. João Carlos Nedel não precisava nem apresentar abaixo-assinado.

Mas acho que o Veto deve ser derrubado porque a justificativa do Prefeito é muito malfeita e, como ele viaja muito, ele não tem tempo de ler, porque se ele lesse - ele é um advogado competente -, ele não assinava. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o PLL nº 037/01. O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, encaminho pela manutenção do Veto do Sr. Prefeito. Primeiro, quero estender o abraço e os cumprimentos da minha Bancada aos familiares e amigos da pessoa homenageada com a denominação do logradouro, por iniciativa do Ver. João Carlos Nedel.

O Veto do Prefeito não tem a ver com o homenageado, não deslustra o homenageado, não tem nada a ver com isto. O que temos de fato, e já discutimos isto da tribuna, é um procedimento do qual faz parte, inclusive, o Ver. Juarez Pinheiro, numa contribuição junto com a Secretaria do Planejamento, para melhor nos apossarmos das informações relativas aos logradouros. O que é que o Sr. Prefeito está dizendo aqui? Que este logradouro não é mais reconhecido, porque ele foi alterado no Plano Diretor. Provisório, ou não, todo plano pode ser, naquilo que é cabível, alterado. Sabemos que os Vereadores pegavam croquis e saíam a dar nomes de ruas. Isto foi lá nos meses de janeiro e fevereiro e, logo depois disto, criamos uma sistemática, inclusive de disponibilizar num site da Secretaria os logradouros disponíveis e os não-disponíveis. E aqui está, neste interregno, a confusão que ocorreu, que, aliás, não foi o único caso, porque houve outros, mas derrubar o Veto do Prefeito, que reconhece na sua justificativa que houve um problema, um equívoco no comando de um croqui, que orienta a denominação de um logradouro, é uma atitude meramente política, “protestativa”, porque não resolve o problema. Nós vamos estar denominando em logradouro, homenageando um bem que não é público, está privado, que não tem características denominais, embora possa ir e vir, porque qualquer rua de loteamento pode ir e vir, e assim mesmo pode ser privado.

Então, no lugar de homenagearmos, de fato, o Sr. Flávio Paul, nós estamos dando uma denominação para um não lugar público. Que mérito tem isso? O Prefeito quando diz nas suas justificativas que houve um engano no envio do croquis, já assume que é burocracia nossa da Prefeitura, que alguns tentam, de forma maliciosa, confundir funcionários com PT, porque lhes interessam criar uma campanha contra o PT, mas nunca falam dos outros governos pela sigla, falam pelo Partido. Estão tentando criar um conflito em relação às pessoas que prezam o homenageado, aos seus familiares, aos seus amigos, numa exploração indevida. O que nós temos que fazer é conseguir um logradouro que tenha as características legais para, merecidamente, reportar o nome do Sr. Flávio na justa homenagem, que lhe prestou esta Casa, votando uma proposta do Ver. João Carlos Nedel. Agora, votar só por votar, porque o Prefeito errou! Isso não resolve o problema.

Então, estou encaminhando pela manutenção do Veto, e que nós possamos criar as condições para resolver, como gosta de falar o Ver. João Antonio Dib, - inclusive estou estranhando o seu voto, porque ele disse que vai votar pela derrubada do Veto – se é regimental e legal? Não é. Se nós estamos votando um nome de uma lei para um lugar que não é logradouro público, não é legal, nem regimental, nem constitucional. Isso não resolve o problema, nem diminui o constrangimento desta Casa em relação aos familiares, nem do Ver. João Carlos Nedel, e muito menos elide o equívoco da condução de um croquis que deu origem ao problema, que agora está sanado. Quando nós percebemos esses problemas, no início de janeiro e fevereiro - não é a primeira vez que ocorre isso -, começamos um trabalho de uma Comissão dentro da Casa para estabelecer uma rotina que impedisse que houvesse corrida aos croquis para os Vereadores darem nomes a logradouros, havendo, inclusive, casos de um mesmo logradouro ter dois ou três proponentes, ou de oferecerem-se nomes a logradouros que já tinham suas denominações.

Eu estou encaminhando pela manutenção do Veto, por simples racionalidade: isso não interferirá na diminuição do constrangimento e sequer resolverá o problema, porque ele persistirá do ponto de vista legal.

Então, Ver. João Carlos Nedel, a melhor maneira é retomarmos um procedimento que confira ao homenageado e à sua iniciativa os lauréis que merecem, mas não pela derrubada meramente “protestativa” da posição do Prefeito, elucidadamente colocada aqui. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para encaminhar o PLL nº 037/01.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este Projeto de Lei, que denomina Rua Flávio Paul um logradouro aqui no Município, foi aprovado por unanimidade aqui na Casa.

Esse tipo de constrangimento este Vereador já passou aqui na Casa. Houve dois Projetos, um, de minha autoria, e outro, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt. Os dois Projetos, dando nomes diferentes para um mesmo logradouro, foram aprovados. Ao ser vetado, nós fizemos um acordo no sentido de que um dos dois Vereadores proponentes retirasse o Projeto.

A minha preocupação, nessa situação, é o constrangimento da família, porque saiu o nome do Projeto, e a família está sabendo, mas ao mesmo tempo, eu faço um questionamento: o que é melhor e o que pode causar mais constrangimento? Vamos derrubar o Veto do Prefeito, só que a rua não vai ser inaugurada; a rua vai criar problemas, porque não está legalizada.

O PSB é favorável à manutenção do Veto e temos certeza de que o Sr. Flávio Alberto Paul... e o Ver. João Carlos Nedel será o proponente novamente. E Porto Alegre tem tantos logradouros, e a família eu tenho certeza, vai entender, porque, na realidade, o que se quer é homenagear esse cidadão, que fez um trabalho ilustre ao longo da sua vida, e poder estar identificado pela Cidade de Porto Alegre. Esse reconhecimento a Casa já o fez e o fez de maneira soberana com a totalidade dos Vereadores presentes. Então, encareço, novamente, ao proponente, manter a proposição de derrubar o Veto, estaríamos talvez penalizando duplamente a família que já ficou sensibilizada com a aprovação, criar-se uma expectativa e depois não ser aprovado.

Por isso, Ver. João Carlos Nedel, encaremos novamente que aceite o Veto do Sr. Prefeito e busque outro logradouro, e pode contar, antecipadamente, bem como os familiares, com o apoio irrestrito da Bancada do PSB. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar o PLL nº 37/01.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu pedi da tribuna que me trouxesse luzes, para que eu tivesse o enfoque diverso daquele que eu havia esposado, quando discuti a matéria.

Ouvi com atenção da Liderança do Partido dos Trabalhadores e do Partido Socialista Brasileiro duas expressões da Frente Popular da Casa, que de forma muito inteligente colocaram pontos de vista respeitáveis, mas que eu quero, com toda a lisura, dentro do que me caracteriza todos os meus atos nesta Casa, dizer que a minha eu não me convenci, porque nós estaremos, em última instância, ao acolher esse Veto, premiando a incompetência, o equívoco, consagrando práticas que não podemos consagrar. Eu até lhe diria, Ver. Carlos Alberto Garcia, com todo o respeito que não há similitude entre o caso que V. Ex.ª participou com o Ver. Antonio Hohlfeldt e esse. Naquele, a Casa tinha gerado um equívoco e a Casa tinha de consertá-lo. Agora, com toda honestidade, Ver. Estilac Xavier, muito mais fácil mudar uma decisão provisória, é muito mais lógico inclusive mudar uma decisão provisória do Conselho Municipal do Plano Diretor do que mudar uma lei da Câmara Municipal.

Vereador, eu colho do Ver. Juarez Pinheiro o aparte que, infelizmente não é regimental, mas é elucidativo. Ele diz, me socorre, tenta me avisar que não é privado. Mas eu não quero denominar áreas privadas, quero denominar áreas públicas. Mas, se é privado, bate com aquilo que o Ver. João Carlos Nedel trouxe à tribuna, de que todos os serviços públicos foram ali colocados, porque era um loteamento que, com o compromisso do loteador - a lei assim estabelece - que é colocar o serviço público e ao Município cabe receber ou não.

O Município alega que, em 1995, alterou e suspendeu o logradouro. Continuam lá órgãos públicos, residências, continuam dando registro, habite-se e, evidentemente, que continua o regime de legalidade, que enseja a que Secretaria de Planejamento, neste ano, venha aqui e dê um croqui, o famoso croqui, contra o qual eu me rebelo totalmente. Eu, pessoalmente, entendo que nós deveríamos fazer os croquis aqui, não ficar dependendo dos outros. Mas o Ver. Juarez Pinheiro é muito inteligente e competente, fez uma lei oficializando esses croquis. Disse que, com ele não teríamos mais problema. Está aí, não passaram seis meses, eu falei, Vereador, infelizmente, eu tenho que lhe cobrar nesse particular, porque estamos tendo este exemplo aqui. Nós estamos numa situação extremamente difícil. Eu até compreendo os argumentos trazidos da tribuna pelo Ver. Estilac Xavier que, como sempre é muito inteligente, habilidoso e competente. Mas nós estamos quase, Ver. Luiz Braz, naquela situação de que se correr o bicho pega, se ficar, o bicho come. Eu vou tentar evitar essa circunstância. Acho que onde ocorreu o erro não foi aqui no Legislativo. A quem cabe corrigir o erro não é o Legislativo, o Legislativo foi induzido a essa posição, dentro do formalismo estabelecido pela lei, cumpriu rigorosamente tudo aquilo que a lei estabelece.

O Ver. João Carlos Nedel, nesse particular, é imbatível, vai de casa em casa para pegar o apoio para as assinaturas. Pegou-o de todo o entorno, não só daquela rua, de todo o entorno, Ver. Humberto Goulart. Agora, do meu ponto de vista que eu quero respeitosamente dizer que não pretendo que ele seja diretriz para o voto de quem quer que seja, no que, me parece, sou acompanhado pelo meu companheiro de Bancada, Ver. Luiz Braz, nós não podemos, com o nosso voto, oficializar uma situação que é o perdão à incompetência, ao erro, ao equívoco, e uma penalização ao acerto, à lisura, à forma correta como o Ver. João Carlos Nedel encaminhou essa matéria e conseguiu a aprovação unânime da Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para encaminhar o PLL nº 037/01.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Líder do Partido dos Trabalhadores disse que eu vou criar animosidade entre o funcionário que cedeu o croqui. Eu queria declarar aqui que sou espetacularmente bem atendido na Secretaria do Planejamento, porque o pessoal, tenho a impressão, que me considera um auxiliar, porque vou denominar as ruas sem nome em Porto Alegre. São mais de duas mil ruas sem nome em Porto Alegre, que as pessoas moram e não são encontradas e não merecem crédito, porque não tem endereço, não são encontradas.

Essa rua existe. Essa rua fica ao lado do grande Hospital da AACD, fica ao lado do DEIC, de onde era a sede do elevadores SUR. É uma rua antiga, asfaltada, com água e luz.

Então não vou criar nenhum constrangimento aos funcionários da Secretaria do Planejamento, onde sempre fui bem atendido. Eu vou criar constrangimento para assessoria do Sr. Prefeito que foi muito mal orientada. O Ver. João Antonio Dib falou claro: qual o prejuízo ao interesse público a aprovação dessa rua? Nenhum, só méritos, só benefícios à comunidade. Já há uma lancheria que quer se instalar lá e não tem o endereço. E há, Ver. Pedro Américo Leal uma banca de cahorro-quente lá. Quer dizer, tudo isso.

Outra coisa, foi sugerido que se arrumasse uma outra rua. O Sr. Flávio Paul era morador da comunidade. A comunidade gostaria que ele fosse homenageado no seu Bairro, e é isso que foi feito. Foi encontrada uma rua disponível, asfaltada, com todos os benefícios, e foi denominada. Não temos impedimentos. Eu não entendo a postura do Sr. Prefeito em vetar um Projeto aprovado por unanimidade dentro desta Casa, perfeitamente legal, tudo de acordo com o que manda a lei, com abaixo-assinado, croqui, atestado de óbito, tudo certo, e ele veta. Não estou entendendo. Por isso, solicito a meus colegas que derrubemos esse Veto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em votação nominal o PLL nº 037/01. (Após a apuração.) APROVADO o Projeto por 17 votos SIM e 12 votos NÃO, considerando-se rejeitado o Veto a ele aposto.

Esta Presidência encerra quando o conjunto dos Vereadores estão no Plenário. Se já está no Plenário, pode ainda votar.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Não estou querendo contestar a decisão de V. Ex.ª, mas o Regimento diz que é um minuto.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Não, já olhamos, não consta mais no Regimento. Até, para esta Presidência, ajudaria se fosse estipulado um minuto.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Consulto, se uma Resolução retirou o dispositivo?

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Estamos no período de votação, mas está encerrado.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, até faço esse questionamento, porque, pessoalmente, V. Ex.ª já havia-me dito que já havia retirado, e eu fiquei em dúvida qual foi a Resolução que retirou?

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Esclarecendo a Questão de Ordem do Ver. Juarez Pinheiro. Ver. Juarez Pinheiro, V. Ex.ª tem razão. No Regimento consta um minuto, no painel não funciona. Este Vereador faz mais ou menos...

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Presidente, não quero polemizar, agradeço a resposta, se não foi retirado do Regimento, está valendo um minuto. No painel funcionava com um minuto, não sei por quê?

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Queimou o dispositivo do painel, se funcionar no painel, atrapalha a questão das votações.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: O problema foi o dispositivo? Requeiro, que seja consertado o painel, porque neste caso, nós que temos uma posição sobre este Veto, fomos prejudicados, porque passou de um minuto.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em tese, Vereador, porque eu penso que não passou. Este Presidente, mais ou menos, controla.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, para que não fique uma questão subjetiva. Agradeço a sua atenção.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Entendo, até do ponto de vista de uma exegese, que o Regimento estabelece um minuto, mesmo que passasse um minuto, V. Ex.ª colheu os votos, os votos são legítimos, ninguém vai cassar no grito o Vereador.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Não é o objetivo de ninguém. O objetivo é que possamos votar um regramento nas votações daqui para frente.

 

VOTAÇÃO NOMINAL

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05minutos/sem aparte)

 

2º TURNO

 

PROC. 1279/01 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 003/01, de autoria do Ver. Estilac Xavier, que altera a redação do art. 225 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. (saneamento básico)

 

Parecer:

- da Comissão Especial: Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA, em ambos os turnos - art. 130 do Regimento da CMPA;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal, 2º turno, o PELO nº 003/01. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.

Lembramos os Srs. Vereadores de que, ao término desta Sessão, vamos correr duas Sessões Extraordinárias.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o presente Projeto objetiva criar o § 2º no art. 255 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, que ficaria redigido nesses termos: “O serviço público de que trata o caput deste artigo será organizado, prestado, explorado e fiscalizado diretamente pelo Município, vedada a outorga mediante concessão, permissão ou autorização, exceto a entidade pública municipal existente ou que venha a ser criada para tal fim.” Esse seria o § 2º.

O caput desse artigo diz que: “O serviço público de água e esgoto é atribuição precípua do Município, que deverá estendê-la, progressivamente, a toda a população.” O parágrafo único, que passa a ser § 1º, diz que “O Município manterá, na forma da lei, mecanismos institucionais e financeiros destinados a garantir os benefícios de saneamento básico à totalidade da população, compatibilizando o planejamento local, com o do órgão gestor das bacias hidrográficas e que estiveram parcial ou totalmente inseridos.” Ou seja, o Projeto pretende que o serviço público de água e esgoto permaneça nas mãos do Poder Público e tão-somente do Poder Público.

Na segunda exposição de motivos, o Projeto evita a privatização, e o que estamos buscando aqui é evitar a privatização no setor de saneamento, tanto que nós estamos concluindo uma Comissão na qual se concluiu que o setor de saneamento não deve ser privatizado, no que tange ao abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos, pois o Projeto de Lei Federal que trata do assunto conduziria à privatização. Eu penso que conduziria, não conduz mais, pois já foram realizadas modificações. No entanto, nós não podemos esquecer que, em vários setores, a privatização tem trazido vantagens. O meu temor - Ver. Humberto Goulart, V. Ex.ª que é defensor do SUS, que reconhece as suas carências, mas entende que o SUS tem de ser mantido, aperfeiçoado, melhorado e consagrado – é que, com a redação dada pelo Ver. Estilac Xavier, no seu desejo de preservar a situação dos projetos privatistas que correm pelo País, ele engesse, Ver. João Antonio Dib, eu já expliquei isso a V. Ex.ª, e que tenhamos dificuldades de ordem prática.

Hoje, à tarde, aqui, eu percebi uma situação. Discutiu-se sobre um loteamento para saber se ele está registrado ou não, se poderia ou não ser denominado. É que na nossa lei consta que quando alguém parcela uma determinada fração de terra acima de determinado limite, o proprietário, o investidor, o loteador tem de colocar o arruamento, a água, luz e esgoto, isso é imposição de lei. Se esse serviço só pode ser realizado por um órgão público, como é que nós vamos, Ver. João Antonio Dib, V. Ex.ª que é um homem inteligente e experiente, exigir o cumprimento dessa lei, se aqui só quem pode fazer isso... O Poder Público tem que fazer sempre diretamente, está escrito.

Eu concluo, dizendo que esta dúvida, para mim, é fatal. É muito expresso, Sr. Presidente, tolere-me mais um segundo. (Lê.) “O serviço público de que trata o caput desse artigo será organizado, prestado, explorado e fiscalizado diretamente pelo Município.” Então não há como se completar a lei. O Vereador Secretário está absolutamente surpreso com isso, e eu, mais ainda, de que ainda não tenhamos percebido essa situação, que eu, agora, no apagar das luzes, estou percebendo. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em votação nominal, 2º turno, o PELO nº 003/01. (Após a chamada.) APROVADO por 26 votos SIM.

Em votação a prorrogação da Sessão por prazo não superior a duas horas. (Pausa.) Visivelmente não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h51min.)

 

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